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Já sob a influência da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, quando a Selic caiu para 9,25% ao ano, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas expectativas de que a taxa básica de juros atingirá 8% ao ano até o fim de 2017, segundo consta no Boletim Focus desta segunda-feira (31). 

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O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 passou de 8% para 7,75% ao ano — há um mês essa projeção estava em 8,25%. Este cenário somado ao da inflação baixa — a projeção para o acumulado em 2017, já com influência da alta dos preços dos combustíveis provocada pela elevação do PIS/Cofins, é de um IPCA de 3,33% — muda bastante a lógica de investimentos no país. É preciso, primeiro, reduzir custos e, segundo, diversificar e arriscar um pouco mais para garantir um bom retorno. 

Ouça o podcast de Vida Financeira #10 sobre como investir com a nova Selic

Com a nova taxa Selic a 9,25% ao ano, as contas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostram que a poupança ganha dos fundos de renda fixa que utilizam sobretudo títulos públicos em sua composição, em qualquer cenário, se o resgate for feito em até seis meses. E esse cenário vantajoso para a boa e velha caderneta deve continuar até que a Selic atinja os 8,5% ao ano e passe a render menos, 70% da taxa básica de juros + TR. 

A comparação acima, porém, não tem como objetivo incentivar investimentos na poupança, e sim chamar a atenção dos investidores para a questão dos custos, mais precisamente, para a taxa de administração dos fundos de renda fixa. “Se há alguns meses uma taxa de administração compensava, porque mesmo descontando 3%, 4%, o ganho final da aplicação era de 12%, 14%, agora o cenário é diferente. Qualquer coisa maior que 1% de taxa de administração precisa ser revisto”, afirma o especialista em finanças e blogueiro da Gazeta do Povo, Teco Medina

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Ele e a planejadora financeira Luciana Seabre, responsável pelo relatório de fundos de investimentos da Empiriucs, participaram do 10.º podcast de Vida Financeira nesta semana e falaram sobre como investir nesse cenário de Selic em queda e inflação baixa. 

Complementando a observação de Medina, Luciana lembra que na última vez em que a Selic caiu a 9,25%, em julho de 2009, dos 83 fundos DI que já existiam na época, 63 deles perderam para a poupança. “Os outros ganharam, porque tinha uma combinação de taxa de administração não tão alta e tinham [na sua composição] crédito privado [não apenas títulos públicos]”.

A solução, diz Luciana, é deixar aquela reserva emergencial, que deve ser de três a doze meses de renda, estão investidos sempre no Tesouro Direto ou em um fundo DI com taxa de 0,2% ao ano. Algumas das plataformas de varejo independentes mais conhecidas no mercado hoje já oferecem fundos com uma taxa assim, diferentemente dos bancos. 

Na persistência desse cenário de queda da Selic, Luciana também voltou ao passado para ver o comportamento dos fundos quando a taxa caiu para baixo dos 8% ao ano, o que aconteceu em junho de 2013. “Quando isso aconteceu, 100% dos fundos DI que existiam na época e existem hoje perderam para a poupança”. 

Então mesmo quando a Selic cair mais em 2017, o que alguns analistas estimam que vá acontecer entre outubro e novembro, a dica do Tesouro e dos fundos com baixas taxas de administração continua valendo.

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Se o primeiro passo para rever os investimentos neste momento é baixar custos, o segundo é buscar melhores investimentos. Além dos fundos de renda fixa com custo de 0,2%, Teco e Luciana também sugeriram os títulos pré-fixados do Tesouro Direto de prazo mais curto e os fundos do multimercado, estes últimos com a ajuda de um bom gestor e como sugestão para aquele investidor que quer passar de um perfil conversador para um pouco mais arrojado.

Ouça o 10.º podcast de Vida Financeira e saiba mais:

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