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Eleições presidenciais e votações importantes no Congresso, como a reforma da Previdência, trazem um cenário de incertezas para a economia em 2018. Investidor deve ficar atento. | Bigstock/
Eleições presidenciais e votações importantes no Congresso, como a reforma da Previdência, trazem um cenário de incertezas para a economia em 2018. Investidor deve ficar atento.| Foto: Bigstock/

Embora a recuperação da economia tenha dado as caras em 2017 e vá continuar em 2018, a vida de quem tem algum dinheiro para investir não vai ficar mais fácil. Eleições presidenciais e votações importantes no Congresso, principalmente a reforma da Previdência, trazem um cenário de incertezas para a economia no ano que vem.

Se a reforma for aprovada, por exemplo, a projeção dos economistas é que os juros continuem baixos, o que abre uma oportunidade para que o investidor aposte em renda variável e títulos prefixados, comprados pelo Tesouro Direto, que ganham com a queda de juros. Caso a Previdência continue como está, aí vale investir nos pós-fixados para ganhar com a provável alta dos juros que vai acontecer, provavelmente, entre 2020 e 2021.

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“Mas a grande sacada, e a mais segura, é fazer uma proteção em renda pós-fixada de acordo com a idade que você tem. Se está com 40 anos, por exemplo, faz com no mínimo 40%, mas também dá para amentar um pouco esse porcentual se a pessoa for mais conservadora, ou se não tem muito costume de investir na bolsa”, sugere o coordenador do MBA em gestão Financeira da FAE, André Hayashi.

Para os mais jovens, com menos de 40, a dica é manter um pouco em renda fixa, de preferência pós-fixada, como Tesouro Selic ou nos fundos DI. Além disso, vale procurar sempre fundos com baixa taxa de administração, pois a pessoa ficará protegida caso subam os juros.

O especialista lembra que, em um cenário de juros baixos como agora, a Bolsa tende a ter retorno maior e pode compor uma carteira de investimentos com 20% ou 30% do total. Lembrando que a indicação dos especialistas é nunca investir em uma única empresa, por ser muito arriscado. A sugestão é escolher algumas companhias que fazem parte do Ibovespa, como a Ambev e o banco Itaú, que têm potencial de alta para 2018. O risco aqui é que o cenário político incerto atrapalhe a recuperação e limite a lucratividade das companhias.

Renda fixa

A aposta do economista e professor da FGV de São Paulo Samy Dana para 2018 são os títulos de renda fixa, mesmo com a Bolsa sendo uma boa aposta neste momento de retomada. “Embora tenhamos uma queda na taxa de juros, se formos olhar a taxa de juros real ela não é tão baixa assim. Então, os títulos do governo pré-fixados, com retorno de 5% de juros mais a inflação, acabam sendo vantajosos”, diz.

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Samy explica que, na prática, a taxa de juros é insustentavelmente baixa para os parâmetros brasileiros e que, por isso, a médio e longo prazo deve subir para 9% ou 10% e, neste caso, a bolsa não seria a opção mais vantajosa. Para 2020, por exemplo, já existe uma perspectiva de taxa de juros em 8,2% e, para 2023, de 10,1%. Portanto, para os mais conservadores quando se trata de investimentos, títulos do Tesouro Direto são ótima escolha para os próximos anos.

Existe ainda outra possibilidade para quem tem medo de arriscar, que são os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos de médio e pequeno porte, com ganhos superiores à DI, com vencimento a partir de um ano. “Eles têm uma rentabilidade atrativa e risco baixo por conta do fundo garantidor de crédito. Dentro desse cenário de juros baixos, acredito ser a alternativa mais interessante”, diz Roberto Indech, analista chefe da Rico Investimentos.

Câmbio

O cenário para o câmbio no ano que vem vai depender bastante da eleição e do andamento das reformas. Em um cenário de fracasso na votação da reforma da Previdência e eleição de um novo governo pouco comprometido com as contas públicas, o dólar tende a subir – a moeda americana vem se valorizando desde que ficou claro que o governo Temer teria dificuldades em votar a reforma da Previdência.

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No último Boletim, no entanto, a perspectiva para o câmbio em 2018 é de estabilidade – com fechamento esperado em R$ 3,25 em dezembro do ano que vem. O mercado vê o enorme saldo positivo da balança comercial como um limitador para a valorização do dólar.

Ao mesmo tempo, o histórico de períodos eleitorais é de muitas variações. Sem contar que tensões geopolíticas como, por exemplo, o preço das commodities pode sofrer alterações significativas e tornar o câmbio ainda mais incerto. Ou seja, comprar dólar só é indicado para quem vai usar a moeda em viagens ou quer se proteger de um cenário político e econômico mais tenso.

Poupança

Em 2018, a redução dos juros vai permitir que a poupança continue sendo uma boa opção de investimentos para prazos curtos e valores pequenos. Nesses casos, a incidência de taxas de administração e Imposto de Renda (que diminui com o tempo de permanência do dinheiro) faz com que os fundos de investimento rendam menos do que a velha caderneta.

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