Um impasse que parece longe do fim. Assim tem sido a relação da BRMalls com a Associação dos Lojistas do Shopping Estação (Alse). Insatisfeita com a administração da BRMalls, a Associação dos Lojistas do Shopping Estação (Alse) reclama que há uma grande desproporção entre o que é pago pelos lojistas e os investimentos feitos no shopping e acusa a administradora de não prestar contas. A BRMalls se defende dizendo que se trata de um grupo pequenos de lojistas da Alse que tem divergências individuais com a administradora.
Hoje, a principal reclamação é contra o que associação define como uma "administração turbulenta e pouco transparente". "Nos últimos três anos, o condomínio subiu cerca de 50%. Tudo isso sem que houvesse prestação de contas e esclarecimentos aos lojistas", relata o advogado da Alse, Marcelo Martins. Para ter acesso aos documentos a Alse entrou na Justiça contra a BRMalls. São três ações, duas pedindo a exibição de documentos relativos às contas condominiais e do fundo de promoção, e a terceira solicitando a prestação de contas do fundo de promoção do shopping.
A BRMalls assumiu o Shopping Estação em 2007 e afirma que sempre praticou uma política de portas abertas. "Infelizmente herdamos esse tipo de comportamento das gestões anteriores", afirmou o superintendente do Shopping Estação, Luis Eugenio Correia. Segundo ele, embora não haja reuniões periódicas para a prestação de contas, como no Shopping Curitiba e no Crystal, também administrados pela BRMalls, os lojistas podem, sempre que precisarem, procurar a administração e solicitar esclarecimentos. Segundo Correia, depois que a BRMalls assumiu o Shopping Estação, o fluxo de pessoas cresceu 31% e as vendas subiram 92%.
Discórdia
Um dos pontos de descontentamento que agravou ainda mais a relação entre a BRMalls e os lojistas foi o fechamento do Estação Convention Center, em 2011. Segundo a Alse, que representa 150 operações do centro comercial, eles não foram avisados previamente sobre o fechamento do local, responsável por atrair um grande fluxo de pessoas ao shopping. "Os lojistas fizeram investimentos contando com o público do Convention e ficaram na mão", afirma Martins.
Segundo o superintendente da BRMalls, nos últimos tempos, antes do fechamento, o Convention havia se transformado em uma área deficitária e ociosa que agregava pouco em vendas para os lojistas do shopping. "O que fizemos foi transformar o centro de convenções em uma torre comercial com fluxo contínuo, adequando o local a sua real demanda", afirma Correia. Ainda insatisfeito com o fechamento do centro de eventos, um lojista que pediu para não ser identificado disse que está esperando o retorno dos empreendimentos comerciais que estão se instalando no local onde ficava o centro de eventos e que segundo a BRMalls devem elevar entre 8% e 10% o fluxo contínuo de pessoas no shopping.



