Quando Luciana Caletti, Dave Curran e Shane O’Grady fundaram a Love Mondays no Brasil, a inspiração era a Glassdoor, plataforma americana pioneira no modelo de recrutamento e avaliação de empresas. A startup queria ser referência no país ao oferecer um espaço sigiloso na internet para que os funcionários divulgassem seus salários e emitissem opiniões reais sobre as companhias em que trabalhavam. O objetivo era ser uma das principais fontes de consulta on-line quando alguém decide procurar um emprego.
Dois anos depois do início da empresa, a Love Mondays conseguiu mais do que almejava. Além de reunir mais de 800 mil avaliações de cerca de 80 mil empresas e ter acesso médio de um milhão de pessoas por mês, a startup foi comprada pela Glassdoor em setembro do ano passado e virou o braço latino-americano da companhia fundada nos Estados Unidos e avaliada em US$ 1 bilhão.
Expansão começa por México e Argentina
As conversas que resultaram na parceria iniciaram antes mesmo de a Love Mondays existir. Quando Luciana morava em Londres, Dave nos Emirados Árabes e Shane na Irlanda, os amigos começaram a pesquisar o mercado de startups. Perceberam que, apesar do “boom” de empresas de tecnologia, poucas eram voltadas para a área de recursos humanos, principalmente no Brasil, terra natal de Luciana.
O trio entrou em contato com os principais players do mercado, incluindo a Glassdoor, e decidiram replicar o modelo de plataforma de avaliação de empresas no Brasil. “Vimos que as pessoas no Brasil buscavam todo tipo de informação e avaliação on-line, mas que a tomada de decisões sobre carreira era feita totalmente no escuro”, conta Luciana.
Eles voltaram para o Brasil e lançaram em 2014 a Love Mondays. Em pouco tempo, venceram a barreira de desconfiança do brasileiro ao oferecer um site totalmente sigiloso e conseguiram alcançar mais de 800 mil avaliações e pico de 1,6 milhão de usuários. Também passaram a monetizar a ferramenta criando um espaço de recrutamento para as empresas.
O crescimento acelerado saltou aos olhos da Glassdoor, que já mirava entrar no mercado latino-americano. “Estivemos olhando para o Brasil por um tempo e focamos nossa atenção para a América do Sul”, disse Robert Hohman, co-fundador e CEO da Glassdoor em entrevista ao site Tech Crunch, especializado em tecnologia.
Na metade de 2016, Rohman procurou Luciana e propôs que a Love Mondays fosse a “Glassdoor na América Latina”. “Eles falaram que estavam admirados pelo trabalho da Love Mondays na América Latina”, relata a co-fundadora e CEO da empresa brasileira. Foi a segunda aquisição da Glassdoor em seus sete anos de existência, a primeira fora dos Estados Unidos.



