O ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, classificou a ampliação da possibilidade de terceirizar uma função, aprovada na reforma trabalhista de 2017, como uma “prima-irmã do trabalho escravo”.
A declaração foi dada em uma entrevista publicada pelo site Metrópoles nesta terça (11), em que criticou a mudança promovida durante o governo de Michel Temer (MDB) após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
“A terceirização é prima-irmã do trabalho escravo. Cresceu muito, um crescimento preocupante”, disse.
Apesar da crítica, Marinho evitou falar de uma possível “revogação” da nova lei da terceirização e de outros pontos da reforma, como defendiam petistas durante a campanha eleitoral de 2022. No entanto, disse que o governo vem trabalhando em um projeto junto de centrais sindicais e o patronato para encaminhar ao Congresso.
Marinho diz que cobra propostas das centrais sindicais quase toda semana, e que precisa “acelerar esse processo de entendimento”.
“Quase três meses se passaram, não temos mais quatro anos (de governo). Precisamos acelerar esse processo de entendimento. A meta das próprias sindicais é consolidar essa conversa no primeiro semestre”, completou.
Monitoramento de trabalhadores em safras de grãos
O ministro ainda comentou sobre as operações que encontram trabalhadores em condições análogas à escravidão, que já foram mais de 920 resgatadas desde o início do ano. E que o ministério planeja um monitoramento de contratações a cada safra de grãos.
Segundo Luiz Marinho, os empresários não devem se assustar com as fiscalizações. “Não vim aqui com um chicote na mão para castigar as empresas. Nós queremos chamar a atenção das empresas para elas assumirem a responsabilidade com os trabalhadores”, disse.
O primeiro acordo desse monitoramento de contratações deve ser fechado com produtores de café.
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