
Ouça este conteúdo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou a petista Márcia Lopes, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, para assumir o comando do Ministério das Mulheres no lugar de Cida Gonçalves. É a sexta mundaça nas pastas, num movimento de avançar na reforma ministerial e para reorganizar sua base de governo< Lula deve se reunir com Márcia em Brasília já nesta segunda-feira (5), apurou a Folha de S. Paulo.
O convite foi feito por telefone na sexta-feira (2), mesmo dia em que Lula se reuniu por 20 minutos com a atual titular da pasta, que deixou deixou o Palácio do Planalto sem dar declarações à imprensa. A saída de Cida já era dada como certa desde o início do ano, no contexto da prometida reforma ministerial.
Márcia já era a favorita para o cargo. Assistente social e professora, é filiada ao PT desde a década de 1980 e foi ministra no segundo mandato de Lula, em 2010. É também irmã de Gilberto Carvalho, atual secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e ex-secretário-geral da Presidência. Ela participou do governo de transição em 2022 como coordenadora do grupo técnico de assistência social, ao lado da ministra Simone Tebet (Planejamento) e da ex-ministra Tereza Campello.
Além de Márcia, aliados do presidente também projetam mudanças em outras pastas. Um dos nomes sob avaliação é o do atual secretário-geral da Presidência, Márcio Macêdo, cujo desempenho tem causado insatisfação ao presidente.
VEJA TAMBÉM:
Lula antecipa reforma em meio a crises e denúncias
A troca no Ministério das Mulheres será, caso confirmada, a sexta mudança no primeiro escalão desde o início do ano. A reforma ministerial, que havia sido prometida para 2025, foi antecipada após sucessivos desgates que atingiram a gestão.
Apesar das movimentações, a maioria das trocas na Esplanada envolveu ministros do próprio PT. Mudanças fora do partido ocorreram principalmente após escândalos ou crises. Na sexta-feira (2), Carlos Lupi (PDT) pediu demissão do Ministério da Previdência após denúncias de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS. No mesmo dia, Wolney Queiroz, também filiado ao PDT e número dois da pasta, foi empossado como novo ministro, sob críticas da oposição.
Em abril, o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), deixou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O deputado Pedro Lucas (União Brasil-MA) chegou a ser anunciado como sucessor, mas recusou o posto 12 dias depois, gerando novo constrangimento para o Planalto. A pasta acabou sendo ocupada por Frederico Siqueira, então presidente da Telebras.
Outras mudanças incluem a substituição de Paulo Pimenta (PT-RS) por Sidônio Palmeira na Secom, em janeiro, e a troca de Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde, com a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais.




