O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira (26) os chefes de Estado da Venezuela e da Bolívia, enquanto o presidente do México os criticou, embora tenha feito um apelo pela unidade da América Latina, durante um debate sobre a região com a comunidade empresarial reunida no Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça).
Diante de uma pergunta da moderadora do debate sobre o presidente venezuelano, Hugo Chávez, Lula ressaltou que "foi eleito três vezes, todas da forma mais democrática possível, com a presença internacional" e disse que o Brasil a e Venezuela têm importantes projetos conjuntos na área de energia.
Lula quis tranqüilizar a audiência empresarial, garantindo que "a questão política na América Latina está se consolidando". Segundo ele, a América Latina vive um momento de "tranqüilidade e paz" e todos os presidentes sabem que é necessário fortalecer a democracia e controlar os gastos da economia.
Sobre seu colega boliviano, Evo Morales, e a nacionalização do gás, o presidente brasileiro ressaltou que o gás é "a única riqueza da Bolívia". Ele lembrou que o México e o Brasil também não abrem mão de seu petróleo.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que também participou da conversa, concordou que "tem de haver um Estado que faça algo para redistribuir as receitas", mas afirmou que isso não deve ser confundido com populismo.
Já Felipe Calderón aproveitou para criticar as decisões econômicas de Argentina, Bolívia, Venezuela e outros, proclamando que o México é um país extremamente seguro na hora de investir. O presidente mexicano acrescentou que a região deve questionar se "é capaz de avançar, ou retroceder".
Diante da insistência da moderadora, Calderón deixou claro que "independentemente da personalidade de Chávez, meu dever é estreitar laços com todos os países da América Latina".
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