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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (24), em entrevista à imprensa no hotel Waldorf Astoria, em Nova York, que não tem dúvida de que será alcançado um acordo com o governo do presidente do Equador, Rafael Correa, para superar o problema surgido com a expulsão da construtora Odebrecht do país.

Lula disse que, por enquanto, não é uma questão que exija do presidente do Brasil uma participação direta, porque ela está sendo administrada no âmbito do Ministério das Relações Exteriores.

Segundo Lula, a Odebrecht é uma empresa "respeitada no Brasil e o Equador é um país que mantém relações extraordinárias com o Brasil e também uma relação histórica."

"Se acontecer um problema entre uma empresa brasileira e um país vizinho, nós vamos encontrar uma solução", afirmou o presidente, acrescentando: "Agora, vamos esperar que o Itamaraty cumpra todas as coisas que tem de fazer. Na hora em que chegar a necessidade de eu falar com o Correa, eu falarei. E não tenho dúvida de que vamos encontrar um acordo."

Correa publicou um decreto ordenando às Forças Armadas o confisco das instalações da companhia, em meio a uma disputa sobre reparos na hidrelétrica San Francisco. A usina foi construída pela Odebrecht e começou a operar em meados do ano passado. Ela está fechada desde junho por causa de problemas na construção.

Direitos constitucionais, inclusive o de sair do país, foram suspensos para quatro altos executivos da empresa. A Odebrecht tem quatro projetos em andamento no Equador, incluindo outra usina de geração de eletricidade e um aeroporto.

'Irmão mais velho'

Lula atribuiu ao clima eleitoral no Equador e nos Estados Unidos o prolongamento de questões como a que envolve a Odebrecht no Equador e os impasses em torno da crise financeira internacional.

"É importante lembrar que temos muitas eleições. Aqui, nos Estados Unidos, a crise (financeira) se prolonga, porque haverá eleições. No Equador, tem eleições no (próximo) domingo. Vamos deixar um pouco a bola passar, para resolver esse problema. Este é o papel do Brasil", afirmou Lula.

A uma pergunta sobre as constantes retaliações de nações vizinhas ao Brasil, em seu governo, apesar de o país estar sempre demonstrando boa vontade em ajudá-las, Lula afirmou que isso se deve ao fato de ser o maior país da região e comparou o Brasil a um "irmão mais velho".

"Este é o papel do Brasil. Não tem jeito. Quem é o maior...", disse, sem concluir a frase. E insistiu na comparação: "Você imagina, na sua casa, com seus irmãos menores, quando você morava com três ou quatro irmãos menores, você podia estar com a razão, mas eles ficavam te cobrando coisas."

Lula acrescentou: "Eu compreendo que o Brasil tem o papel de ajudar na boa relação, financeiramente, no desenvolvimento. O Brasil tem o papel de ser o mais cobrado, porque nós somos os maiores."

Língua portuguesa

O presidente participou de almoço promovido pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. "É importante que a língua portuguesa seja tratada como língua oficial na ONU", defendeu."Não tem nenhum sentido outra língua ser (oficial) e a portuguesa não ser", disse. O presidente classificou como "extraordinário" o encontro, uma vez que "fortalece as relações dos países de língua portuguesa". "Isso é muito importante. Penso que vamos avançar", afirmou. "Também acho importante que o Brasil faça parte do Conselho de Segurança (CS) da ONU como membro efetivo", disse. "O Brasil é um país importante e o maior do continente sul-americano."

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