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Mercadante, Lula e Dilma durante evento para oficializar o empréstimo do Banco dos Brics ao BNDES.
Mercadante, Lula e Dilma durante evento para oficializar o empréstimo do Banco dos Brics ao BNDES.| Foto: Ricardo Stuckert/PR.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (6) o contrato de captação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido como Banco do Brics. O NDB vai emprestar US$ 1,7 bilhão ao BNDES, cerca de R$ 8,5 bilhões. Desse total, US$ 500 milhões serão destinados para projetos de combate às mudanças climáticas e US$ 1,2 bilhão para investimentos em infraestrutura sustentável.

Durante o evento, Lula voltou a falar sobre a recuperação da “imagem do Brasil no exterior” e criticar a gestão Bolsonaro, sem citar o nome do ex-mandatário. “O Brasil é um país que estava efetivamente esquecido no cenário internacional. Porque quem estava governando este país não tinha noção do que é política internacional, do que é geopolítica, de como é importante a relação entre os países. E também porque o mundo lá fora não queria dar trela a alguém que não gostava da democracia. Então, fiz muitas viagens neste ano”, afirmou Lula.

A cerimônia para oficializar a operação foi realizada no Rio de Janeiro nesta tarde e contou com a presença dos presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do Banco dos Brics, Dilma Rousseff. “Hoje, o Brasil tem - nesses oito meses de governo Lula - já assinados e prontos para serem investidos US$ 2,7 bilhões, que equivale em torno de R$ 10 bilhões no câmbio atual”, disse a ex-presidente da República.

O Senado aprovou o pedido do governo para realizar o empréstimo no dia 14 de novembro. A Presidência da República informou que o Ministério da Fazenda, a Secretaria do Tesouro e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional avaliaram o pedido e consideram que o banco cumpre os requisitos para realizar a operação.

Lula critica FMI e cobra agilidade do BNDES para empréstimos

O presidente Lula questionou a quantidade de exigências do BNDES para conceder empréstimo. Para o mandatário, essas operações devem ser ágeis. "Não sei se ainda está assim, mas a quantidade que vocês [BNDES] demoram para analisar o empréstimo, a quantidade de mãos que passam o pedido de empréstimo… Eu, sinceramente, nunca vi, e briguei com muitos presidentes do BNDES, porque não é possível tamanha exigência", disse o petista.

O presidente disse que “não é problema ter uma dívida” desde que seja para construir um ativo produtivo para o país. “Economia não é uma matemática exata, a gente precisa trabalhar de acordo com as necessidades dos projetos que a gente constrói e da necessidade do povo”, afirmou.

Lula criticou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e defendeu a necessidade de negociar com outras moedas, além do dólar. “Nós não podemos repetir o que faz o sistema financeiro internacional, não podemos repetir o que faz o FMI, o FMI não empresta dinheiro para salvar, empresta uma corda para a pessoa se enfocar”, disse Lula ao citar a dívida do continente africano. “Por isso, vamos ter que aprender a negociar sem precisar do dólar como moeda padrão”, acrescentou.

O Banco dos Brics foi criado em 2014 e tem como países fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Posteriormente, foram incluídos Bangladesh, Egito, Emirados Árabes e Uruguai. A entrada do Uruguai ao grupo está em análise até o depósito definitivo do instrumento de adesão.

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