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Crédito do Trabalhador

Lula diz que novo programa de crédito não é para o povo “se endividar” de banco em banco

Lula
Presidente pediu que a população, em tom de bronca e puxão de orelha, utilize o programa com critério. (Foto: reprodução/Canal Gov)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta quarta (12) que as pessoas que utilizarem o programa “Crédito do Trabalhador”, lançado mais cedo, não devem utilizá-lo para se endividar para pagar empréstimos de banco em banco.

O pedido, em tom de bronca e puxão de orelha, foi feito ao final da cerimônia em que a medida provisória do programa foi lançada e entregue ao Congresso. A medida permitirá que trabalhadores da iniciativa privada tenham acesso ao crédito consignado semelhante ao dos servidores públicos e aposentados.

“Não é pra gente convocar o povo a gastar o que não tem. O empréstimo é muito bom quando a gente o pega para utilizar numa coisa que vai aumentar o nosso patrimônio. Não pode ficar habituado a pegar um empréstimo para pagar outro empréstimo [...] tem que fazer um empréstimo para comprar alguma coisa que melhore a nossa capacidade de viver melhor”, disse Lula.

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O novo programa busca ampliar a oferta de empréstimo consignado, descontado em folha, para trabalhadores da iniciativa privada regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A medida mira também públicos específicos, como o dos empregados domésticos e trabalhadores rurais com carteira assinada, além de MEIs.

Com o programa, os trabalhadores da iniciativa terão acesso a taxas de juros menores que as do crédito pessoal convencional. Com isso, o profissional pode – por exemplo – trocar uma dívida cara por uma mais barata. As condições são mais vantajosas em comparação ao crédito pessoal porque o desconto no salário dá ao banco alguma garantia de que a dívida será paga.

Lula lembrou que o programa começa a valer a partir do dia 21, e que as pessoas precisam ser informadas de como vai funcionar e das vantagens de se utilizá-lo.

“Os dirigentes dos sindicatos que estão aqui têm que pegar um carro de som, ir para a porta da fábrica e dizer para os trabalhadores que agora eles podem ter crédito barato, para que ele possa sair do endividamento que ele se meteu, sair da mão do agiota, de banco que cobra 10%, 12% [de juros], sair e procurar o crédito mais barato que ele puder encontrar”, frisou o presidente repetindo o discurso para trabalhadores do comércio.

O presidente ainda pontuou que criou o programa – que ele considera como um fato histórico do governo – para aumentar a circulação de dinheiro na mão da população para, consequentemente, aquecer a indústria. E pediu que as pessoas peguem empréstimos “de forma criteriosa”, que saibam como vão pagar.

Lula ainda pediu que os bancos – principalmente os públicos – façam uma espécie de “processo educacional” para que os gerentes de agências de cidades pequenas atendam ao povo mais humilde “que chega de chinelo” no mesmo nível de pessoas que chegam de carro.

“Porque as pessoas pobres, às vezes, têm até vergonha de chegar na porta do banco. Ele acha que não foi feito pra ele essas coisas”, completou.

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Responsabilidade fiscal

Também durante a cerimônia, Lula elogiou o trabalho do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, pelas medidas econômicas implantadas ao longo dos últimos dois anos, e frisou à imprensa e ao mercado financeiro que tem compromisso com a responsabilidade fiscal.

“Não pensem que eu tenho o direito de fazer algum absurdo com esse país. Economia não se faz com mágica, a gente não inventa. A gente sabe que aquilo que é fácil hoje pode ser difícil amanhã. E por isso que trabalhamos para que a coisa dê certo. [...] Não vamos brincar em serviço”, disparou dizendo que tem visto muita “notícia cretina e falsa” e que “tem muito agiota fazendo sacanagem com o Brasil com especulação do dólar e que quer ganhar na bolsa”.

Ele finalizou pontuando que “aqui não tem cavalo de pau, aqui tem política serena, discutida”. “Eu não quero ser um Trump e nem um Milei, não quero fazer bravata. Eu não vou. Eu estou tranquilo e sereno, tenho um bom governo, bons ministros, bons presidentes de bancos, bons deputados, bons amigos sindicalistas”, finalizou.

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