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Lula puxa a orelha de ministros pelo preço alto dos alimentos

Lula
Presidente reconhece que alimentos estão caros e cobra ministros por soluções. Inflação foi de 7,69% no segmento em 2024. (Foto: reprodução/Canal Gov)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) puxou a orelha dos ministros de seu governo por causa dos preços dos alimentos, que tiveram um forte aumento ao longo do segundo ano de mandato. A bronca foi dada na primeira reunião ministerial do ano nesta segunda (20), em que ainda os cobrou por comunicarem melhor as ações das pastas e não apresentarem novas propostas além do que já foi anunciado.

“Os alimentos estão caros na mesa do trabalhador. Todo ministro sabe que o alimento tá caro e uma tarefa nossa garantir que chegue na mesa do povo trabalhador, da dona de casa, na mesa do povo brasileiro, em condições compatíveis com o salário que ele ganha”, disparou.

A bronca de Lula aos ministros foi dada dias depois de uma pesquisa apontar que mais da metade dos brasileiros sentiu um aumento de preços dos alimentos nos supermercados desde que ele voltou ao poder. Essa é a percepção de 6 em cada 10 entrevistados, enquanto que apenas 11,6% sentiram uma redução.

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E não é preciso pesquisa de opinião para saber que a conta do supermercado ficou mais pesada no bolso dos brasileiros ao longo do ano passado. A inflação estourou o teto da meta em 2024 e chegou a 4,83% puxada, entre outros itens, pelos preços das carnes e do café, de acordo com o IBGE.

As carnes subiram 20,84% no ano, enquanto que o café moído disparou 39,6%. No cálculo geral, o segmento de alimentos e bebidas foi o que mais pesou na inflação do ano, com um aumento de 7,69%.

Este foi o segundo estouro da meta no terceiro governo de Lula, que já viu a inflação de 2023 chegar a 4,62%. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% com tolerância de até 4,5%.

Fernando Gonçalves, gerente do setor de cálculo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), explica que as condições climáticas tiveram parte da culpa pela elevação do indicador.

“O índice foi puxado pela alta dos itens alimentícios, que sofreram influência de condições climáticas adversas, em vários períodos do ano e em diferentes localidades do país. Além disso, assim como em 2023, a gasolina foi responsável pela maior contribuição no indicador em 2024”, afirmou.

A afirmação de Gonçalves foi ecoada pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, que também creditou às condições climáticas a alta inflação dos alimentos em 2024.

“É evidente que essa variação da inflação tem impacto nesses dois eventos climáticos fortes que vocês acompanharam, noticiaram, tanto de seca em vários lugares do país como de chuva excessiva em vários lugares do país. Mas eu diria que isso deve se acomodar”, disse.

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Os dois eventos climáticos a que ele se referiu foram as enchentes no Rio Grande do Sul em maio e a seca que levou a graves incêndios florestais no segundo semestre.

Rui Costa afirmou, ainda, que o governo tem compromisso com a responsabilidade fiscal apesar da disparada da inflação e do aumento da taxa básica de juros prevista para este ano, com expectativa de se chegar a 15% até junho.

“O conjunto de medidas fiscais votadas em dezembro vai dialogar e já está promovendo seus efeitos de reafirmar o absoluto compromisso fiscal do governo, trazendo de novo a inflação para dentro da meta e dentro dos limites previstos no conjunto da política econômica”, completou o ministro.

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