O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender o expansionismo fiscal para o crescimento do país nesta terça-feira (23) em café da manha com jornalistas no Palácio do Planalto. "Ou o crédito chega nas mãos das pessoas ou o país não cresce", disse o presidente.
Lula criticou a pressão por corte de gastos, sobretudo nas áreas de saúde e educação, despesas essas que definiu como "investimentos". Para o presidente, os estímulos ao crédito e empreendedorismo vão movimentar a economia pelo lado do consumo.
O mandatário exaltou o programa de crédito "Acredite", lançado na segunda-feira (22) com medidas para Microempreendedores Individuais (MEI) e outros, e destacou "Desenrola", para renegociação de dívidas de pessoas físicas.
"Sem crédito o país não vai a lugar nenhum. Tem duas coisas que fazem um país crescer, investir em educação e a outra é ter crédito. O problema é que tudo no Brasil é tratado como gasto", disse o presidente.
"Emprestar dinheiro para pobre é gasto, colocar dinheiro na saúde é gasto, colocar dinheiro na educação é gasto. A única coisa que não é gasto é superávit primário. A única coisa que se trata como investimento é isso. O que é gasto? Eu sempre brigo com isso, porque nós discutimos coisas no Brasil que as vezes são secundárias", prosseguiu.
Em sentido oposto ao corte gastos, afirmou também que será necessário fazer mais concursos para servidores públicos: "Temos ministérios que vão precisar fazer concursos para repor funcionários".
Lula contestou as estimativas de crescimento do PIB feitas por analistas econômicos – hoje em torno de 2%, conforme o boletim Focus – e afirmou que o índice será maior. "A economia em 2024 do que todos os analistas falaram até agora. Vai crescer porque as coisas estão acontecendo no Brasil", disse.
Projeto de regulamentação "melhora" a reforma tributária, diz Lula
Questionado sobre a regulamentação da reforma tributária, Lula disse que fechou com o Ministro da Fazenda o projeto do governo, reafirmando a alíquota zero para a cesta básica. "Melhoramos tudo que podia ser melhorado", disse. A proposta deve ser enviada esta semana ao Congresso.
Também revelou que, para o governo, o ideal é que seja o mesmo relator básico do texto aprovado pelo Congresso, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia acenado com a mudança no relator ou fatiamento da proposta do governo entre mais relatores. "Longe de mim querer indicar quem é o relator. Mas isso é um problema do Lira no momento", disse Lula.
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