A manobra contábil feita pelo governo para cumprir a meta de superávit de 2012 deteriora a política fiscal, mina a credibilidade da política econômica e levanta suspeitas de que esses artifícios possam ser usados também em 2013, avaliam especialistas.
As operações feitas no fim do ano são legais, mas não legítimas, avalia o economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa: "O governo está usando artifícios para buscar um número melhor para o superávit. Mas isso não esconde a deterioração da política fiscal".
Apesar de ajudar o governo a cumprir a meta de superávit primário, as manobras elevam a dívida bruta. "A dívida bruta tem crescido fortemente desde 2008 devido à política do governo de capitalizar os bancos públicos", disse Rafael Bistafa, economista da Rosenberg Associados. "O uso de mecanismos contábeis é a pior maneira de se fazer superávit", acrescentou.
