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Representantes das indústrias de eletrodomésticos, móveis e materiais de construção vieram a Brasília pedir a prorrogação do IPI reduzido ao governo, mas saíram da reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sem uma resposta para a demanda. Após ouvir apresentações sobre como está cada setor, Mantega disse apenas que iria "refletir profundamente para tomar uma decisão", contou um dos participantes do encontro, o presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato.

"Todos pedimos a continuidade das medidas, mas o ministro ficou de avaliar, não se posicionou claramente", declarou.Barbato disse que está otimista com a prorrogação do IPI reduzido para produtos de linha branca, que acaba na próxima sexta-feira. Segundo ele, todos os setores apresentaram ao ministro dados que comprovam o efeito benéfico das desonerações sobre a produção.

"A produção industrial do setor eletroeletrônico como um todo caiu 10% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, mas no caso da linha branca, que teve incentivo, houve crescimento de 8%", disse o executivo.

Já o presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Lourival Kiçula, não se mostrou tão confiante. Ele solicitou que o IPI menor fosse mantido por mais quatro meses, para atingir as vendas de Natal. "O ministro não se mostrou muito satisfeito, nem mostrou nenhuma intenção de prorrogar por quatro meses. Falou que ia estudar, mas não estava com cara muito animada", disse.

Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), disse que Mantega "passou uma mensagem de confiança". "O ministro deixou bem claro que está pronto para analisar em detalhes o que está ocorrendo e que tomará decisões a respeito. Já é o terceiro ano que temos desconto no IPI. Hoje pedimos renovação e também a inclusão de produtos que ainda não foram incluídos".

Ele afirmou que a associação apresentou ao ministério uma espécie de balanço do setor. "Apresentamos ao ministro dados como comportamento do mercado, importações, preços, custos, etc", declarou. "Temos certeza que o governo vai atender [o pedido de renovação do IPI] naquilo que puder atender".A redução do IPI para materiais de construção tem prazo de expiração maior, vale até 31 de dezembro. Na sexta-feira, também termina a redução do IPI para automóveis. O setor também já pediu ao governo que o benefício seja prorrogado.Para a indústria de móveis, o benefício de IPI zero para alguns insumos se estende por mais um mês, até o final de setembro.

"Nosso setor tem crescido, a redução é uma medida bastante importante, que tem funcionado. A medida ajudou a manter o faturamento e a aumentar os postos de trabalho", disse o presidente da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), José Luiz Fernandez.RecuperaçãoO presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), Claudio Conz, disse que a recuperação da economia é visível no segundo semestre.

"Julho foi melhor que junho, agosto está um pouquinho melhor e todo o mundo está com a perspectiva de terminar o ano de forma positiva", afirmou. Segundo Kiçula, as vendas de refrigeradores, fogões e lavadoras automáticas somadas subiram 19,3% no primeiro semestre e cresceram ainda mais em julho e agosto.

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