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O ex-ministro Guido Mantega, da Fazenda.
O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, que pode ocupar uma cadeira no conselho da Braskem| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Os rumores sobre a ida do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o conselho de administração da Braskem aumentaram nesta quarta-feira (20). Os veículos Folha de S. Paulo e CNN veicularam notícias dando conta de que confirmaram a informação junto a fontes do Palácio do Planalto.

Segundo a apuração desses veículos, Mantega foi convidado para ocupar uma cadeira no conselho de administração da Braskem nas vagas que pertencem à Petrobras. A Gazeta do Povo entrou em contato com a Braskem, que afirmou por meio de nota que não iria comentar o caso.

A Braskem já havia divulgado na segunda-feira (18) um comunicado em resposta à reportagem “Governo agora avalia emplacar Mantega no conselho da Braskem”, publicada pela Folha de S. Paulo e reproduzida no Valor Econômico, nos dias 14 e 15 de março. A reportagem afirmava que após “fracassada tentativa de emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência ou no conselho de administração da Vale, o governo agora estuda indicá-lo para o conselho administrativo da Braskem, segundo colaboradores do presidente Lula (PT)”. Na nota, a petroquímica afirmou que “não tem conhecimento de tal informação, razão pela qual questionou a Petrobras”, que também informou não ter conhecimento do assunto.

Governo quer "reabilitar" ex-ministro

A Petrobras possui 36% do capital da petroquímica e tem quatro cadeiras no conselho, que contam com outros seis membros indicados pela Novonor, a antiga Odebrecht, e um membro independente.

Caso se concretize, a ida de Mantega coroa a intenção manifesta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "reabilitar" o ex-ministro da Fazenda, depois de reiteradas tentativas. Por impedimento do Tribunal de Contas da União (TCU) em ocupar cargos na administração pública, Lula não conseguiu nomear Mantega, que fez parte da equipe de transição do governo, para nenhum cargo ou ministério.

Desde o ano passado, Lula tenta emplacar o ex-ministro à presidência da Vale, movimento barrado pelo conselho de administração da mineradora e criticado como ingerência numa empresa privada. O imbróglio causou desgaste à companhia pela renúncia de um dos conselheiros, José Duarte Penido, ter denunciado "nefasta influência política" no processo de sucessão.

No caso da Braskem, empresa com participação direta da Petrobras, a ida de Mantega não enfrenta empecilhos. Apurações de bastidores da imprensa dão conta de que a indicação de Mantega pode reduzir os efeitos negativos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso que investiga um desastre numa mina da petroquímica em Maceió.

A Braskem tem uma das maiores remunerações entre grandes empresas em que o governo tem participação. Em 2022, pagou uma média mensal de R$ 90 mil por conselheiro, totalizando de R$ 12 milhões aos 11 membros. No ano passado, a petroquímica aprovou uma remuneração total 27% maior, de R$ 15,4 milhões, aumentando a média salarial para R$ 117 mil.

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