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O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse neste sábado (16) que o país conseguiu nos últimos meses afastar-se "da beira do precipício", mas que agora "a cratera se ampliou" e a Itália "está de novo em crise".

"Nos afastamos da beira do precipício, graças à contribuição das forças políticas e dos sacrifícios dos italianos, mas a cratera do precipício se ampliou e está nos perseguindo; estamos de novo em uma crise", declarou Monti durante um ato em Milão.

O primeiro-ministro defendeu as medidas e atuações de seu governo para reativar o crescimento no país e explicou que o Executivo entrou naquela que denominou como "a fase dois", com a adoção de políticas de fomento.

Porém, alertou que se trata de um caminho "longo e difícil", afirmou que "em breve" poderão ser sentidos "alguns efeitos" dessas iniciativas, "mas não são coisas que podem ser medidas em um mês ou um trimestre".

"O crescimento é um fenômeno que necessita muito tempo, não quero dar ilusões nem tirar esperanças", acrescentou.

As declarações de Monti acontecem um dia depois de o Executivo ter aprovado no Conselho de Ministros um decreto lei para o desenvolvimento de novas medidas destinadas a relançar o crescimento da Itália, assim como a venda de parte de ações e de patrimônio imobiliário nas mãos do Estado a fim de arrecadar fundos destinados a sanear as contas públicas.

Enquanto Monti participava desse ato em Milão, em Roma milhares de pessoas se manifestaram para pedir ao Executivo mudanças em sua política econômica e novas atuações em favor do crescimento e do emprego.

Na passeata - convocada pelos sindicatos - participaram cerca de 200 mil pessoas, segundo dados dos organizadores, que pediam uma mudança na agenda do Executivo e das políticas de austeridade.

A secretária-geral de um desses sindicatos, Susanna Camusso, ressaltou que a mudança é necessária, já que com suas políticas o Executivo fomentou "uma forte recessão".

Desde sua chegada ao governo no último mês de novembro em um momento difícil com a Itália situada no ponto de mira dos mercados, Monti impulsionou, entre outras medidas, um plano de ajuste no valor de 30 bilhões de euros e aprovou reformas em favor da liberalização dentro de diferentes setores da economia italiana e para simplificar a burocracia do país.

Entre as políticas mais criticadas pelos sindicatos estão a reforma trabalhista, com a qual pretende "flexibilizar" a entrada e a saída dos trabalhadores das empresas e que atualmente se encontra em trâmite parlamentar, e a do sistema de previdência, já que consideram que ambas recaem sobre os setores mais frágeis.

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