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Mario Monti tem 68 anos, é economista e foi comissário da União Europeia | Stefano Rellandini/Reuters
Mario Monti tem 68 anos, é economista e foi comissário da União Europeia| Foto: Stefano Rellandini/Reuters

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, encarregou neste domingo (13) ao economista Mario Monti a missão de formar um novo governo, após a saída de Silvio Berlusconi do cargo de primeiro-ministro, informaram fontes da Chefia do Estado italiano. A nomeação de Monti deverá ser ratificada com um voto de confiança do Parlamento.

>>> Liga do Norte prevê dificuldades para novo governo na Itália

>>> Berlusconi renunciou após aprovação de pacote

>>> Monti diz que Itália pode superar a crise com "esforço coletivo"

Monti, de 68 anos, foi convocado para ir ao Palácio Quirinale, sede da Presidência da Itália, onde se reuniu com Napolitano. Monti foi chamado logo após o presidente concluir as consultas aos partidos com representação parlamentar, aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados e aos ex-presidentes da Itália, para buscar uma saída para a crise de governo aberta após a renúncia de Berlusconi.

Monti afirmou, após sua designação, que o país "pode vencer a crise através do esforço coletivo". Ele advertiu, no entanto, que a Itália deve ser antes de tudo um elemento de "força e não de debilidade" da União Europeia.

Quase 60% dos italianos apoiam Monti como premiê

Uma pesquisa com 500 entrevistas por telefone revelou neste domingo (13) que as eleições antecipadas deixaram de ser a opção preferida pelos italianos, metade dos quais apoia um governo liderado pelo economista Mario Monti, que irá assumir o cargo de primeiro-ministro.

Segundo o levantamento do Instituto Piepoli, apenas 22% dos cidadãos preferem o pleito antecipado.

Os dados, segundo o vice-presidente do Instituto Roberto Baldassari, citado pela imprensa italiana, confirmam "a tendência descendente" desta opção, cujo apoio em apenas dois dias - entre 8 e 10 de novembro - caiu de 55% para 38%.

Mario Monti, que neste domingo poderia receber a incumbência de formar o novo governo do país, se tornou uma das grandes esperanças dos italianos. Um eventual governo liderado por ele teria o apoio de 58% dos cidadãos, segundo a pesquisa.

Já o governo de Silvio Berlusconi, que apresentou renúncia neste sábado, recebeu o respaldo de apenas 24% dos entrevistados da pesquisa, elaborada na última sexta-feira.

Liga do Norte prevê dificuldades para novo governo na Itália

Um governo italiano de emergência liderado por Mario Monti terá muitos problemas para adotar reformas econômicas, disse no domingo um membro da coalizão de centro-direita que está deixando o poder.

O demissionário ministro Interior, Roberto Maroni, uma figura proeminente do parceiro da coalizão da Liga do Norte, confirmou em uma entrevista na televisão que o partido se opunha ao governo tecnocrático liderado por Monti.

"As decisões de Monti terão que passar pelo Parlamento e acho que com uma maioria tão heterogênea os problemas serão diversos. Eu acho que esta solução irá conduzir a muitos problemas", disse Maroni.

Espera-se que o novo governo seja apoiado pelo principal partido de centro-esquerda, alguns de centro e parte do PDL de Silvio Berlusconi, que governou em parceria com a Liga do Norte desde 2008.

Maroni disse que um governo baseado em tais forças diversas não poderia tomar decisões rápidas e consistentes.

Berlusconi renunciou após aprovação de pacote

Silvio Berlusconi renunciou oficialmente ao seu cargo de primeiro-ministro da Itália, na noite de sábado (12). Berlusconi, de 75 anos, foi recebido entre vaias no Palácio do Quirinal, onde tornou oficial sua demissão ante o presidente Giorgio Napolitano.

A renúncia de Berlusconi colocará fim a uma das épocas mais controversas da história da Itália, permeada de escândalos judiciais e sexuais, que minaram a imagem do país e tiraram toda a credibilidade da classe governante.

Ele havia prometido renunciar a seu cargo após a adoção definitiva neste mesmo sábado das medidas anticrise tomadas sob a pressão dos mercados. A adoção das medidas foi feita pela Câmara de Deputados também no sábado.

Apoio ao novo governo

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou neste domingo (13) que pretende apoiar o novo "governo técnico de alto nível" liderado pelo economista Mario Monti, como parte dos esforços para salvar o euro da crise econômica global. Ele defendeu sua carreira política de 17 anos e insistiu que a lei de orçamento de 2012, aprovada na semana passada, contém reformas econômicas que preenchem mais da metade das demandas feitas pelos parceiros da União Europeia (UE).

"Fizemos todo o possível para salvar nossas famílias e companhias da crise global", disse Berlusconi, em mensagem transmitida nacionalmente pela televisão. "A crise está em todos os lugares, não está afetando apenas a Itália", acrescentou.

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