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Assembleia

Médicos de planos de saúde adiam paralisação

Paralisação foi adiada em função da pressão da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Paraná sobre as operadoras de planos de saúde e da falta de adesão da classe

Os médicos paranaenses voltaram atrás e desistiram cobrar pelas consultas dos planos de saúde. A paralisação foi adiada em função da pressão da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Paraná sobre as operadoras de planos de saúde e da falta de adesão da classe. A comissão terá duas semanas para buscar um acordo – caso não obtenha sucesso, os profissionais prometem suspender o atendimento a usuários de planos por 15 dias.

Para que essa decisão ganhe validade, entretanto, o deputado Leonaldo Paranhos (PSC), presidente da comissão, deve apresentar nesta terça-feira (9) uma carta com a Associação Médica do Paraná, o sindicato dos médicos e o Conselho Regional de Medicina o compromisso de intermediar a negociação. Se esse passo não for cumprido, os médicos prometem suspender o atendimento a partir da próxima segunda-feira.

Há cerca de um mês, a Associação Médica Brasileira (AMB) tinha orientado os médicos a suspender o atendimento dos usuários dos planos de 10 a 25 de outubro, mas a decisão tomada em assembleia realizada ontem à noite pelo braço paranaense da entidade foi de aguardar a evolução das negociações que estão sendo feitas entre a Comissão e as operadoras. No Paraná, são 3,4 milhões de beneficiários dos planos.

"Existe um processo de negociação e as entidades que representam os planos de saúde estão conscientes de que existe um desequilíbrio econômico entre o que é pago ao médico conveniado e o que ele recebe nas consultas particulares", explica o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho. Ele considera que os médicos podem repensar a cobrança nos próximos dias caso as negociações com as operadoras não sigam em frente.

A Comissão levou as reivindicações dos médicos do estado à Agência Nacional de Saúde (ANS) e às representantes das operadoras, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde). Os médicos pedem que as consultas sejam reajustadas, em média, em 120% e que os contratos entre os associados e as operadoras sejam revistos.

O deputado Paranhos afirma que a decisão da Agência Nacional de Saúde (ANS) de punir as operadoras com a suspensão da venda de novos planos vai contribuir para que as reivindicações dos médicos sejam ouvidas. A ANS suspendeu a comercialização de 301 planos de saúde de 38 operadoras por demora no agendamento de consultas e outros atendimentos.

De acordo com Claudia Silvano, diretora do Procon-PR, a discussão sobre a remuneração dos médicos pelas operadoras de planos de saúde prejudica os consumidores. "A obrigação do consumidor é pagar em dia sua mensalidade. Qualquer cobrança além desta caracteriza um desrespeito aos direitos dos consumidores", afirma.

Diante da possibilidade de paralisação, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) também fez um pedido de esclarecimento ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça, que encaminhou o caso ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Amil e Clinipam foram procuradas, mas não responderam ao contato da reportagem até o fechamento da edição.

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