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Uma pesquisa realizada para medir a adesão dos negócios brasileiros à transformação digital revela que a maioria dos executivos ainda toma decisões por causa do medo de ser deixada para trás pelos concorrentes. Foram ouvidos mais de 200 CEOs de grandes companhias nacionais e 19% deles admitiram que a simples pressão por não ser engolido pelo mercado é o principal motivo para investir na jornada; 11% deles entendem que essa é a única razão para se apostar na mudança.

Apesar de provocarem movimento, as escolhas feitas na tentativa de manter o passo junto à concorrência podem render uma série de armadilhas, segundo Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting, responsável pelo levantamento. Segundo ele, o que comumente se vê nesses casos são decisões tomadas "no escuro" e pouco conscientes das reais oportunidades que aquela empresa poderia aproveitar no seu processo de digitalização.

"[A questão é que nesse ambiente] a própria definição do que é concorrência fica prejudicada, porque acaba-se adotando como concorrência uma visão tradicional, histórica, mas a lógica digital traz diversos tipos de concorrentes completamente diferentes", pondera Domeneghetti. Nesse cenário, o consultor destaca que mais eficiente do que temer riscos externos seria avaliar necessidades individuais do negócio, suas prioridades e estratégias: "o primeiro passo é perguntar 'para quê'?"

"A gente tem visto uma coisa hoje que a gente tem definido como adocionismo, [as empresas] vão adotando, adotando, adotando a próxima onda. Então primeiro é mobilidade, depois é rede social, e-commerce, app, pois falta uma compreensão do impacto do digital e o fato é que as empresas estão jogando um dinheiro bem relevante fora porque falta visão clara. Se você não alinhar a transformação digital sob o ponto de vista do cliente ou usuário, sob o ponto de vista do mercado ou do setor e sob o ponto de vista da própria estratégia da empresa, desses três pilares, você sai fazendo qualquer coisa, qualquer coisa serve", sentencia o consultor.

Coisa do futuro?

Outra conclusão que se pode tirar da pesquisa realizada pela consultoria é que a digitalização ainda não é vista como "o presente" nas corporações. Foram 15% os executivos entrevistados que afirmaram acreditar que o conceito de transformação digital será o caminho mais rápido para acessar novos mercados e para entender e atender as demandas dos consumidores; enquanto 19% deles disseram que ele mostrará os próximos rumos dos negócios.

Esses verbos conjugados assim, no futuro, também são oportunidade perdida, na avaliação de Domeneghetti. "Naqueles setores tradicionais em efetiva disrupção digital no seu core business e na lógica de sua cadeia (como financeiro, conectividade, educação e entretenimento), os CEOs devem assumir o papel de protagonistas", afirma.

Além do medo da concorrência, outros fatores citados pelos CEOs como motivadores externos para o investimento na transformação digital são a adequação a novos padrões de consumo (13%), o tripé revolução tecnológica/universalização de acesso/barateamento de tecnologias (12%), a maior conectividade em decorrência da popularização de smartphones (11%) e a ameaça de novos concorrentes, que já surgem como nativos digitais (10%).

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