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CONTAS PÚBLICAS

Meirelles diz que aumento temporário de impostos pode ser necessário

Na Câmara, ministro reforça urgência de contenção de despesas

“Não está sendo considerado agora, mas não devemos descartar no futuro”, disse o ministro da Fazenda | Valter Campanato/Agência Brasil
“Não está sendo considerado agora, mas não devemos descartar no futuro”, disse o ministro da Fazenda (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou, nesta quarta-feira (24), que a hipótese de o governo aumentar impostos temporariamente para reequilibrar as contas públicas não deve ser descartada.

Ao participar de audiência na Câmara dos Deputados para discutir a proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para os gastos públicos, o ministro admitiu que a carga tributária brasileira é uma das mais elevadas do mundo e que subir tributos não é o caminho para resolver o problema fiscal no longo prazo, mas disse que isso pode ser necessário.

“Nossa carga tributária já é uma das mais altas do mundo. Em hipótese de necessidade, aumentar impostos pode vir a ser necessário. Não está sendo considerado agora, mas não devemos descartar no futuro, lembrando que isso não é um caminho para resolver o problema fiscal no longo prazo”, disse o ministro aos parlamentares.

A declaração de Meirelles foi dada um dia depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, dizer que o governo já tomou a decisão de não aumentar impostos em 2017. Embora Meirelles seja o responsável por falar pela condução da política econômica e pelo ajuste fiscal, Padilha afirmou, na terça-feira (23), que a proposta orçamentária de 2017 será encaminhada ao Congresso sem prever elevações de tributos.

Para assegurar o cumprimento da meta fiscal do ano que vem, de um déficit primário de R$ 139 bilhões, o governo espera um aumento da arrecadação em função do crescimento da economia, da venda de ativos e de concessões.

Meirelles afirmou que as despesas públicas brasileiras têm um desequilíbrio estrutural e que a aprovação da PEC, pela qual os gastos do governo só poderão crescer com base na inflação do ano anterior por um prazo de 20 anos, é importante para solucionar esse problema. Sem uma contenção das despesas, afirmou o ministro da Fazenda, a crise brasileira vai ser agravar. Ele destacou ainda que essa crise, em termos de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), é a mais grave da história do país.

“Uma condição necessária para sair da crise é a criação de condições para a retomada da confiança e do investimento. A PEC faz parte fundamental dessa estratégia”, disse o ministro, acrescentando ainda que ela significa um ajuste gradual das contas públicas: “Precisamos de um ajuste fiscal gradual e persistente.”

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