Lançada há pouco mais de um ano, as televisões com tecnologia 3D revolucionaram o modo de assistir à tevê, mas alta tecnologia empregada tornou o produto caro e ainda não permitiu sua popularização. Os novos lançamentos, porém, devem forçar uma queda nos preços, ajudando a resgatar as tevês como o "centro das atenções" dentro dos lares.
A aposta das fabricantes é de que a experimentação coletiva da tevê 3D coloque em xeque o formato atual, em que casa pessoa tem a sua própria televisão, que geralmente é assistida de forma isolada em cada parte da casa.
"Com as tevês 3D, identificamos mudanças nos hábitos dos consumidores, com a proposta de experimentação coletiva do produto, realidade confirmada com o crescimento da procura de óculos 3D avulsos", afirma o gerente sênior da área de TVs da Samsung, Rafael Cintra. Segundo ele, a empresa acha possível consolidar a televisão 3D nas casas brasileiras neste ano.
A estratégia de popularização passa pela entrada de novos modelos com preços mais competitivos. "Incluiremos modelos de 120hz (além dos de 240hz) em nosso portfólio de produtos, oferecendo opções mais acessíveis para atingirmos a uma parcela maior de consumidores que poderão desfrutar dos conteúdos em 3D em suas residências", garante.
Hoje, com os preços variando entre R$ 8 mil e R$ 15 mil, a tendência, segundo alguns lojistas, é que as vendas se mantenham estáveis.
Segundo o gerente comercial da Fnac, Luis Victorino, o maior índice de vendas das TVs 3D aconteceu no período que antecedeu a Copa do Mundo de 2010. Atualmente são vendidos em media dez aparelhos por semana. "Havia um interesse muito grande, pois tínhamos um apelo, que era a Copa. Agora houve uma estabilização e os fabricantes já reduziram bastante os preços nos últimos meses", diz.
Entre os modelos mais caros está o televisor Phillips de 58 polegadas, com preço de R$ 15,9 mil, cuja tela inteira é ocupada pelas imagens, sem faixas pretas. Na outra ponta, modelos da LG, Samsung e Sony já são encontrados com preços mais reduzidos, a partir de R$ 6 mil.
"Mesmo com essas reduções nos valores, ainda é um produto procurado por pessoas das classes A e B", diz Victorino. Ele lembra ainda o episódio do vulcão da Islândia, que prejudicou o tráfego aéreo internacional e provocou problemas de entregas das mercadorias, gerando atrasos e aumentando os preços dos televisores nos meses que antecederam a Copa do Mundo.
Ver para crer
Os televisores vendidos nas lojas vêm com dois óculos especiais inclusos, que geram o efeito tridimensional. Mas também é possível comprar unidades avulsas. Os preços variam de R$ 199 a R$ 399. "Há uma diferença muito grande entre os óculos disponibilizados no cinema e os que são comprados para a televisão. As pessoas se fascinam com a tecnologia utilizada neles e sempre levam alguns modelos. Eles são ativos, ao passo que no cinema o usuário utiliza um modelo mais estático", explica Victorino.
Fã de jogos de videogame, o analista de sistemas Rueidi Bastos Júnior comprou sua televisão 3D de 40 polegadas há alguns meses e se diz satisfeito. "Posso adaptar ao novo PlayStation, que contém jogos nesse formato ", diz.
Para ele, um dos principais problemas ainda é a falta de títulos de filmes e programas de tevê na versão 3D. "Informaram-me em uma locadora que ainda há problemas de burocracia a serem resolvidos, direitos autorais, que impedem o acesso aos filmes", afirma.
Na opinião dele, a tevê 3D não fica devendo nada, proporcionalmente, ao cinema. "Claro que o tamanho da tela influencia, não é igual ao cinema, mas consigo ter uma definição muito boa e também de profundidade, além de alguns detalhes de movimentos que podemos captar", argumenta.
