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Crise mundial

Mercado aumenta pressão sobre Espanha e Itália

Títulos italianos voltaram a ser vendidos pagando juros acima de 6%, enquanto Mario Monti segue negociando a formação do novo governo

“A Europa atravessa uma de suas piores crises, talvez a pior desde a Segunda Guerra Mundial. O desafio para nossa geração é terminar o que nós começamos: realizar, passo a passo, uma união política.”Angela Merkel, em discurso a membros de seu partido, pedindo que eles ajudem a “salvar o euro” | Johannes Eisele/AFP
“A Europa atravessa uma de suas piores crises, talvez a pior desde a Segunda Guerra Mundial. O desafio para nossa geração é terminar o que nós começamos: realizar, passo a passo, uma união política.”Angela Merkel, em discurso a membros de seu partido, pedindo que eles ajudem a “salvar o euro” (Foto: Johannes Eisele/AFP)
Veja como fecharam as bolsas no mundo inteiro |

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Veja como fecharam as bolsas no mundo inteiro

A pressão dos investidores contra a Itália e a Espanha voltou a crescer ontem nos mercados financeiros da Europa. Em um sinal de que os investidores continuam apostando na instabilidade política nos dois países – o primeiro com um novo governo, e o segundo com eleições previstas para o fim de semana –, o ágio pelos papéis voltou a superar a casa dos 6% ontem. O custo da falta de credibilidade é elevado: só a Espanha espera refinanciar 7,5 bilhões de euros nesta semana.

Ainda sem uma resposta definitiva sobre o novo governo italiano, as bolsas de valores das principais capitais voltaram a fechar no vermelho (veja quadro nesta página). Sob esse pretexto, o ágio cobrado pelos investidores pelas obrigações soberanas subiu ontem, voltando ao nível recorde (e crítico) de 6%, em uma semana carregada para o Tesouro. O governo precisa refinanciar hoje entre 2,5 bilhões e 3,5 bilhões de euros com validade de 12 a 18 meses, além de 3 bilhões a 4 bilhões de euros com prazo de dez anos na quinta. Ontem, o Tesouro italiano conseguiu refinanciar 3 bilhões de euros no mercado de obrigações, mas pagando caro: 6,29% – contra 5,32% cobrados por papéis similares em outubro –, aproximando-se do patamar da sexta-feira (6,43%).

Novo governo

Ainda em negociações com as diferentes correntes políticas visando à formação de um governo de união nacional, o provável futuro primeiro-ministro, Mario Monti, demonstrou preocupação com a conjuntura, evocou a "urgência" de reformas no país e pediu um voto de confiança aos mercados. "O país deve se tornar um dos pontos fortes, e não um dos pontos fracos da União Europeia, bloco do qual fomos um dos fundadores", lembrou. Em seu discurso, Monti prometeu "sanear a situação financeira e recuperar o caminho do crescimento".

A dificuldade de Monti é montar um gabinete de união nacional, como defende o presidente da Itália, Giorgio Napolitano. Ontem, as negociações seguiam intensas em Roma para a montagem do governo, que em tese terá membros da Liga Norte (extrema direita) e do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), além do Povo da Liberdade (PdL, centro-direita), o maior partido da base de sustentação do governo.

A Comissão Europeia afirmou ontem que a Itália respondeu a tempo e de maneira completa as dúvidas de Bruxelas sobre as reformas econômicas que deve tomar para sair da crise, já anunciadas pelo ex-premiê Silvio Berlusconi em outubro. "Estamos examinando essas respostas, que chegaram a tempo e foram muito completas, requerendo agora muito trabalho da Comissão Europeia", disse o porta-voz Ama­deu Altafaj.

O Executivo europeu prepara agora uma avaliação profunda sobre as medidas para que o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, apresente um primeiro parecer sobre o assunto ao Eurogrupo ainda neste mês. Altafaj disse ainda que, desde a semana passada, enviados da Comissão, com especialistas do Banco Central Europeu (BCE), examinam as medidas que a Itália pretende tomar.

Desaceleração mundial incluirá Brasil, diz OCDE

Agência Estado

A desaceleração nas maiores economias do mundo deve continuar, com a atividade caindo abaixo de sua tendência de longo prazo em vários países, entre eles o Brasil, segundo a Organização para a Cooperação e do Desen­volvimento Econômico (OCDE). A organização, com sede em Paris, informou que o indicador antecedente da atividade econômica em seus 34 membros caiu para 100,4 em setembro, de 100,9 em agosto.

E, num sinal de que o crescimento deve continuar desacelerando, a OCDE disse que a taxa pela qual novos negócios são lançados caiu em 2011, depois de subir em 2010. Foi o sétimo mês consecutivo de declínio no índice, sugerindo que a desaceleração no crescimento entre as economias desenvolvidas desde o terceiro trimestre do ano passado vai prosseguir.

O indicador antecedente de Japão, Rússia e EUA caiu em agosto, mas continuou acima do nível 100,0, indicando que a atividade está em sua tendência de longo prazo. Para estas três economias, a OCDE disse que os indicadores "apontam para desaceleração no crescimento rumo às tendências de longo prazo". No entanto, os indicadores para Brasil, Canadá, França, Itália, China, Índia e zona do euro caíram abaixo de 100,0, com o indicador para a Ale­manha recuando a 99,1, de 100,4. A OCDE disse que, para este segundo grupo, os indicadores "apontam para atividade econômica caindo abaixo da tendência de longo prazo".

No mês passado, a OCDE alertou que as economias desenvolvidas devem apresentar dois anos de crescimento fraco e desemprego elevado, e que a perspectiva deve piorar a menos que a zona do euro supere sua crise da dívida soberana. Os indicadores antecedentes da OCDE são destinados a dar sinais antecipados de pontos de virada entre expansão e desaceleração da economia e são baseados numa série de dados que têm um histórico de assinalar mudanças das atividades.

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