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Natal

Mercado dos panetones cresce com criação de sabores e embalagens

Vendas cresceram 30% em dois anos e produto chega a todas as classes sociais

Lara com os filhos Pedro, Henrique e Felipe: família come 12 panetones por semana | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Lara com os filhos Pedro, Henrique e Felipe: família come 12 panetones por semana (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Nesta época do ano, um verdadeiro carregamento de panetones de chocolate chega à casa da consultora Lara Sfair toda segunda-feira. São 12 caixas do tradicional pão de Natal para ela, os cinco filhos e as namoradas, amigos e parentes que estão sempre por lá. Ou melhor, cinco para esta turma toda e sete só para o filho do meio, Felipe Sfair Kleike, de 14 anos. "Ele come um por dia. Todo mundo aqui gosta. Mas ele ama", conta a mãe. Tanto que nem sempre a compra semanal é suficiente e, em alguns fins de semana, é preciso uma "reposição de emergência". Isso significa que entre outubro e janeiro, época mais tradicional do produto nas lojas, a família Sfair vai consumir algo em torno de 200 chocotones – mais de 100 quilos do produto.O consumo médio de panetones nas famílias brasileiras é muito menor do que o dos Sfair – cerca de 1,25 quilo durante os quatro meses. Mas os dados do Instituto Nielsen mostram que, ano a ano, o produto ganha espaço nas mesas. Um estudo divulgado recentemente mostra que em 2008 ele esteve presente em cerca de 42,6% dos domicílios brasileiros – o que significa 17 milhões de lares, meio milhão a mais do que em 2007. Nos últimos dois anos, o mercado cresceu quase 30%.As regiões Sul e o Sudeste juntas são responsáveis por cerca de 60% de todo o volume consumido no país. Mas, no que diz respeito às camadas sociais, o produto se mostra bem democrático: nas classes A e B o índice de penetração é de 59,5%, na C de 49% e nas classes D e E, 35,6%. Para a gerente do painel de hábitos de consumo do instituto, Marisa Holzknecht, as variações de embalagens contribuem para atingir um número maior de consumidores. "Os panetones com embalagens de plástico, que têm custo menor, permitem que mais pessoas das classes D e E tenham acesso ao produto."Para se ter ideia da variedade de opções, só o grupo Pão de Açúcar vai vender neste ano mais de 3 milhões de toneladas do produto, de 17 marcas – além de 15 sabores produzidos nas suas próprias padarias. Os preços variam de R$ 1,99 (mini) a R$ 170 (importados).

Expansão

Líder do mercado, a Pandurata Alimentos vai oferecer 25 produtos para o período – entre eles, três opções de panetones, seis de chocotones e seis latas, sendo duas infantis – com as marcas Bauducco, Visconti e Tommy. Os números da empresa, dona de 76% do mercado nacional de panetone, ajudam a dar uma noção do crescimento das vendas. Neste ano, a Pandurata investiu R$ 60 milhões para chegar ao recorde de 50 milhões de unidades produzidas – em 2002, foram 22,5 milhões. Parte do investimento foi destinado à compra da maior linha de produção do mundo, com capacidade para fabricar 210 mil panetones por dia.

Neste Natal, a empresa espera faturar 20% a mais do que em 2008. Parte desse crescimento se explica pelo aumento do período de exposição do produto nas gôndolas dos supermercados. Embora o consumo ainda esteja concentrado no fim do ano, os panetones estão chegando cada vez mais cedo aos pontos de venda. Neste ano, a publicidade da primeira fornada da Bauducco foi ao ar no dia 15 de setembro – pelo menos três semanas antes da data tradicional.

Chocotone

Contrariando os mais puritanos – para os quais panetone mesmo é aquele com passas e frutas cristalizadas –, as versões com recheio de chocolate já representam 32,5% das vendas. A estimativa da Associação Paulista de Super­mer­cados (Apas) é de que em cinco anos elas sejam maioria nas gôndolas. Não é à toa que a maioria dos lançamentos tenham o ingrediente no recheio.

A Arcor, por exemplo, lançou dois novos sabores: chocolate com morango e chocolate com doce de leite. "Identificamos que o brasileiro gosta de combinar sabores. Por isso, investimos no desenvolvimento de produtos unindo ingredientes", explica o diretor de marketing da empresa, Jorge Conti.

A marca de chocolates Icab, de Curitiba, começou a fabricar panetones com o recheio no ano passado. Na época foram vendidos três lotes do produto. Para este Natal foram fabricados cinco. A Icab também criou uma versão com frutas. "A procura do produto está nos surpreendendo", diz o sócio-diretor da Icab, Luigi Muffone.

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