O mercado financeiro voltou a baixar a sua previsão de crescimento da economia brasileira em 2009. Segundo o relatório de mercado, também conhecido como Focus, fruto de pesquisa do Banco Central com economistas das instituições financeiras, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano teve novo recuo: de 2% para 1,8%. Para 2010, a projeção do mercado financeiro, para o crescimento da economia brasileira, foi mantida em 3,80%.
A principal explicação para a queda nas previsões de crescimento econômico é justamente a crise financeira internacional, que está espalhando a recessão ao redor do mundo. A crise se agravou em meados de setembro com o anúncio de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers. Desde então, a previsão de crescimento da economia brasileira, assim como do resto do mundo, tem recuado.
No caso do governo, a sua projeção oficial para o crescimento de 2009 já esteve em 5% na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entretanto, foi revisada por duas vezes e, neste momento, já deixou de ser previsão e passou a ser meta: de 4%. A proposta de orçamento deste ano traz a previsão de 3,5% de elevação do PIB. O Banco Central estima em 3,2% o crescimento da economia.
Inflação
Com um crescimento menor da economia, os analistas acreditam que a inflação não será tão pressionada. Na última semana, a expectativa do mercado financeiro para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2009 recuou de 4,64% para 4,60%. Para 2010, a estimativa foi mantida em 4,50%.
O IPCA é a referência do sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, pelo qual a autoridade monetária tem de atingir metas pré-determinadas para o comportamento dos preços. Para 2009 e para 2010, a meta central de inflação é de 4,5%. Deste modo, a expectativa do mercado para o IPCA deste ano se aproximou mais do centro da meta.
Porém, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já informou que busca trazer a inflação para a meta central já em 2009.
Juros
O principal instrumento do Banco Central para atingir as metas de inflação é a taxa de juros, que, em janeiro, caiu um ponto percentual, o maior recuo em cinco anos, para 12,75% ao ano.
Na última semana, o mercado financeiro também passou a prever uma redução maior de juros no decorrer deste ano e de 2010. Na semana retrasada, previa que os juros terminariam 2009 em 11% ao ano. Já na última semana, passou a prever que a taxa Selic feche este ano em 10,75% ao ano. Já a previsão para os juros no fim de 2010 caiu de 10,75% para 10,50% ao ano.
Taxa de câmbio
Na semana passada, dado que foi divulgado nesta segunda-feira (2), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2009 permaneceu inalterada em R$ 2,30 por dólar. Desde a piora da crise financeira internacional, tem sido registrada uma saída maior de recursos da economia brasileira, o que tem pressionado o dólar para cima. Para o fim de 2010, a projeção subiu de R$ 2,28 para R$ 2,29 por dólar.
Balança comercial
No caso da balança comercial brasileira, a projeção do mercado financeiro para o saldo (exportações menos importações) de 2009 caiu de US$ 14,5 bilhões para US$ 14 bilhões. Em 2008, a balança comercial teve superávit de US$ 24,7 bilhões, com forte queda de 38,2% frente ao ano de 2007, quando o resultado positivo somou US$ 40 bilhões. Para 2010, a previsão passou de US$ 13,85 bilhões de superávit para US$ 14 bilhões.
No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado financeiro para 2009 foi mantida estável em US$ 23 bilhões. Para 2010, a projeção de ingresso de investimentos no Brasil permaneceu em US$ 25 bilhões.
-
Governo deve ampliar interferência política na Petrobras; o que esperar do futuro da empresa
-
Lula politiza o drama gaúcho e escala Paulo Pimenta para incomodar Eduardo Leite; acompanhe o Sem Rodeios
-
Lula anuncia voucher de R$ 5,1 mil para famílias desabrigas do RS e oficializa ministério da reconstrução
-
Lewandoswki quer União no controle da Segurança Pública; modelo é adotado em Cuba e na Venezuela
Paulo Guedes: “Nós faríamos tudo de novo e com mais intensidade”
Governo deve ampliar interferência política na Petrobras; o que esperar do futuro da empresa
Não vai faltar arroz no Brasil, apesar do governo Lula criar alarme no mercado
Tributaristas defendem que governo permita doação de Imposto de Renda para socorrer o RS
Deixe sua opinião