O principal índice das ações brasileiras fechou em queda nesta segunda-feira, na contramão do otimismo internacional, com uma realização de lucros após o Ibovespa atingir a máxima em uma semana e meia.
O índice recuou 0,28 por cento, a 66.689 pontos. A máxima do dia foi de 67.675 pontos, maior nível desde 9 de março. O giro do pregão, inflado pelo exercício de opções, ficou em 9 bilhões de reais.
A realização de lucros não foi acompanhada pelo mercado dos Estados Unidos, onde o índice Standard & Poor's 500 teve alta de 1,5 por cento. Analistas apontaram, no entanto, que o indicador sofreu mais que o Ibovespa na semana passada com a tensão provocada pela crise nuclear japonesa, com queda de 1,9 por cento, contra alta de 0,3 por cento do Ibovespa.
"Ninguém está querendo ficar muito tempo posicionado", disse José Góes, analista econômico da WinTrade, Home Broker da Alpes Corretora. "Fica difícil imaginar esse mercado escapando para algum lado, tanto para baixo de 64 mil (pontos) ou para cima de 68 mil. Vai ficar oscilando nesse 'range'."
Entre os fatores que promovem a cautela entre os investidores está o conflito na Líbia e a tensão nos países do Oriente Médio. Analistas também citaram o aperto na política monetária da China, que na sexta-feira elevou o depósito compulsório pela terceira vez em 2011.
As ações com maior volume foram também os destaques do exercício de opções: Vale PNA, com alta de 0,11 por cento, a 46,88 reais, e Petrobras PN, com ganho de 0,82 por cento, a 28,13 reais.
A maior queda do índice foi de Gerdau PN, com variação de 4,93 por cento, a 20,25 reais. A empresa anunciou nesta segunda que fará uma oferta de ações superior a 5 bilhões de reais para levantar recursos para o programa de investimentos e reforçar o capital.
A operação feita pela Gerdau aumentou os comentários sobre uma possível consolidação no setor de siderurgia, com a Usiminas como alvo. As ações ordinárias da empresa, que dão acesso ao controle da companhia, subiram 2,46 por cento, a 30 reais, e as ações preferenciais caíram 2,47 por cento, a 20,56 reais.
No lado positivo, Hypermarcas teve o sétimo pregão seguido sem quedas, com alta de 3,18 por cento nesta sessão, a 20,43 reais. A ação só não subiu recentemente no dia 15 de março, quando ficou estável.
No começo da semana passada, a empresa anunciou que prevê sinergias de cerca de 250 milhões de reais por ano com as aquisições realizadas recentemente e que em 2011 terá foco em consolidar as compras já feitas.



