
Pela 14.ª semana consecutiva, o mercado financeiro reduziu a previsão para o crescimento da economia este ano e agora espera uma expansão de 0,52%. A estimativa, coletada semanalmente pelo Banco Central (BC), é a pior para o Produto Interno Bruto (PIB) de um ano desde a projeção feita em março de 2010 de que o país teria uma retração de 0,2% em 2009.
A queda de perspectiva dos analistas para o desempenho da atividade brasileira tem sido vista desde o início do ano, quando o primeiro relatório de mercado Focus, do BC, apontava um crescimento de 1,99% do PIB em 2014. Nos meses seguintes, a deterioração do cenário econômico foi constante, mas ganhou mais força nas últimas semanas. Principalmente depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na última sexta-feira, que o resultado do segundo trimestre ficou negativo em 0,60% e revisou também para o vermelho o dado dos primeiros três meses do ano, caracterizando uma recessão técnica.
A tendência é de que novas previsões sejam feitas para baixo nas próximas semanas, de acordo com o doutor em Economia Reginaldo Nogueira. "O mercado estava muito irrealista no começo do ano, quando esperava um crescimento de 2%", lembrou. "Foi ficando mais claro, semana a semana, que essa expansão não era viável e agora os economistas estão tateando um novo patamar para a economia de 2014. Temos o risco de ficarmos muito próximo de zero."
Para o professor, dificilmente o resultado desastroso da primeira metade do ano se repetirá nos últimos seis meses. Ele salientou, porém, que também é complicado imaginar um cenário em que a melhora da atividade esteja em um nível tão relevante que possa retirar todos os efeitos dos dois primeiros trimestres de 2014.
O pessimismo dos economistas contaminou a expectativa para 2015 a projeção de expansão na Focus foi reduzida de 1,2% para 1,1%.
Preços
Sobre inflação, não houve mudanças significativas para o índice oficial do país, o IPCA, para o curto prazo (0,23% em agosto e 0,39% em setembro) nem para o final deste ano (6,27%) e do próximo (de 6,28% para 6,29%). Para os próximos 12 meses, a expectativa ficou estacionada em 6,24%.



