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A unidade da Praça Tiradentes será fechada nesta quarta-feira, 30, a partir das 17 horas. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
A unidade da Praça Tiradentes será fechada nesta quarta-feira, 30, a partir das 17 horas.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A rede de supermercados Walmart não esperou 2016 chegar para encerrar as atividades de cerca de 30 lojas em todo o país, algumas delas no Paraná. Em Curitiba, ao menos cinco lojas do Mercadorama funcionarão somente até as 17 horas desta quarta-feira (30) e depois serão fechadas. O mesmo deve acontecer com outras cinco unidades no interior do estado, o que inclui pontos de venda da bandeira Big e Maxxi Atacado.

Veja quais as unidades serão fechadas no Paraná

A empresa não confirma o total de lojas que serão fechadas, mas informou através de uma nota oficial que pontos de venda com baixo desempenho encerrarão as atividades. Lojas serão fechadas em pelo menos sete estados – Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Alagoas e São Paulo, além do Paraná. Os fechamentos se concentram em unidades pequenas e médias das bandeiras Todo Dia, Nacional e Mercadorama, e algumas unidades maiores, do Big e Bom Preço (com presença no Nordeste, o que pode fazer aumentar o número de estados com lojas fechadas conforme o processo avançar).

Bandeiras

A rede de supermercados Walmart está presente no Paraná com um total de 40 unidades entre as bandeiras Big, Mercadorama, Sam’s Club, TodoDia e Walmart.

A reportagem apurou que, na capital paranaense, as unidades do Mercadorama do Centro Cívico, Seminário, Tarumã, Bigorrilho e Tiradentes estão entre as que fecham nesta quarta-feira (30). Segundo jornais do interior, o Mercadorama de Umuarama, no Noroeste do estado, o Big de Toledo, na região Oeste, o Big de Ponta Grossa, o Big de Maringá, no Norte Central, e o Maxxi Atacado de Londrina, no Norte, devem fechar.

Paranaense

O Mercadorama foi fundado em Curitiba pela família Demeterco. Em 1998, a rede foi comprada pelo grupo Sonae Distribuição Brasil e, em 2005, foi vendida para a rede Walmart.

Os funcionários foram avisados na segunda-feira (28) pelas gerências de cada unidade. A grande maioria foi pega de surpresa e manifestaram preocupação com o futuro, pois nem todos serão realocados.

Uma funcionária do Mercadorama do Tarumã, em Curitiba, que não quis ser identificada, informou que as gerências estão fechando acordos com as pessoas que preferem ser desligadas da empresa. É o caso dela, que justifica a decisão: “depois vamos ser mandados embora mesmo”.

Funcionários informaram também que aqueles que preferiram continuar na rede serão alocados para outras unidades ou continuarão trabalhando nas lojas em que já estão para ajudar no encaixotamento e redistribuição dos produtos.

Promoções

Estratégia do Walmart reavalia cenário brasileiro

Em todo o país, a rede de supermercados Walmart deve fechar 30 unidades, principalmente no Sul e Nordeste, o que representa 5% do total de pontos de venda, segundo informações do jornal Valor Econômico.

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Nas lojas que encerram as atividades nesta quarta-feira, havia promoções de frios e de alimentos perecíveis e o movimento de clientes era alto. Os produtos com prazo maior de validade serão redistribuídos ao longo de janeiro e fevereiro para os pontos de venda que permanecerão abertos.

Segundo a nota do Walmart, a rede está fazendo o possível para “transferir funcionários dessas unidades para outras lojas e, quando não for possível, oferecemos apoio para recolocação profissional”.

O Sindicato dos Trabalhadores em Mercados de Curitiba e Região (Siemerc) ainda não foi informado oficialmente sobre o fechamento. Assim que isso ocorrer, segundo o presidente, Jorge Leal, a entidade irá acompanhar o caso para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam assegurados.

Leal, porém, confirma que grande parte das 7 mil pessoas que trabalham na capital e região deve ser demitidas. Com relação aos remanejados, a preocupação do sindicato é com as transferências para cargos inferiores, o que pode resultar em redução salarial.

Nas lojas de Curitiba do Mercadorama, a segurança foi reforçada na parte externa para evitar quaisquer transtornos.

Confira a lista de unidades que devem fechar nesta quarta-feira, a partir das 17 horas:

  • Mercadorama Centro Cívico – Rua Mateus Lemes, 1844, Curitiba
  • Mercadorama Seminário – Avenida Nossa Senhora Aparecida, 582, Curitiba
  • Mercadorama Bigorrilho – R. Des. Otávio do Amaral, 576, Curitiba
  • Mercadorama Tarumã – Avenida Victor Ferreira do Amaral, 816, Curitiba
  • Mercadorama Tiradentes – Praça Tiradentes, Centro, 321, Curitib
  • Mercadorama Umuarama - Avenida Londrina, 3464, Umuarama
  • Big Toledo - Avenida Maripá, Vila Brasil, Toledo
  • Big Ponta Grossa - Avenida General Carlos Cavalcanti, 22, Ponta Grossa
  • Big Catuai - Avenida Colombo, 9161, Maringá
  • Maxxi Atacado – Avenida Saul Elkind, Londrina

Comerciantes de lojas anexas foram surpreendidos

Comerciantes de lojas anexas do Mercadorama do Seminário, em Curitiba, foram pegos de surpresa com a notícia do fechamento da unidade. Sônia Regina Leite, proprietária do O Bom Café, contou que assumiu o negócio há 15 dias e que investiu cerca de R$ 100 mil no empreendimento.

“Quando eu cheguei para trabalhar ontem (segunda-feira, 28), estranhei o movimento de seguranças e de funcionários. Quando cheguei e vi meu filho aqui dentro, pensei ‘o mercado foi assaltado’”, conta Sônia. Ela foi informada pelo filho e funcionários que deveria desocupar o espaço adquirido, já que o mercado vai fechar as portas. “Eu tremia, meu coração disparou”, disse.

Ela teme o prejuízo, já que acabou de adquirir o ponto de venda e o estoque de produtos. “Vou tentar ir para a loja do Rebouças”, afirma. A empresária também reclama da falta de informações.

A mesma preocupação foi manifestada por Daniel Leite, proprietário do chaveiro O Rei das Chaves há dois anos e meio. Para ter o ponto de venda, foi pago à rede R$ 75 mil e é cobrado aluguel mensal de R$ 1,4 mil. “Se eles não me ressarcirem, vou ter que entrar na Justiça”, afirmou Leite. Ele não sabe para onde irá levar seu estabelecimento e tem que desocupar o local até amanhã. “Nos avisaram na segunda-feira e deram 48 horas para sair”, conta.

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