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SETOR AUTOMOTIVO

Mercedes anuncia que vai demitir cerca de 2 mil trabalhadores

Demissão em massa atingirá funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo

Número de demitidos representa quase um quinto da mão de obra da unidade de São Bernardo do Campo | Jacky Naegelen /Reuters
Número de demitidos representa quase um quinto da mão de obra da unidade de São Bernardo do Campo (Foto: Jacky Naegelen /Reuters)

A Mercedes-Benz, fabricante de ônibus e caminhões, anunciou nesta sexta-feira (7) que vai começar a demitir, a partir de 1º de setembro, os trabalhadores considerados excedentes na fábrica de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

Em um comunicado divulgado pela montadora, a empresa indica que esse número será de cerca de 2 mil, o que representa quase um quinto da mão de obra dessa unidade.

“A Mercedes-Benz informou oficialmente o Sindicato [dos Metalúrgicos do ABC], nesta semana, sobre o esgotamento das medidas de flexibilização para continuar a gerenciar o excesso de pessoas na empresa, hoje de cerca de 2 mil pessoas”, diz o comunicado.

PPE

Segundo a montadora, essa medida somente será revertida se os funcionários aceitarem a adoção do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) além de outras propostas para redução dos custos com a folha. O comunicado das possíveis dispensas foi enviado ao Sindicato dos Metalúrgicos nesta semana.

“Apenas a adoção do PPE não será suficiente para amenizar os elevados custos da empresa, que tem gerenciado o excedente na fábrica de São Bernardo desde o ano passado e tentado manter os empregos”, informou em nota.

Em julho, 74% dos metalúrgicos da Mercedes-Benz rejeitaram proposta de redução de 10% no salário e 20% da carga horária. A maioria decidiu não abrir mão do salário integral, mesmo sob a ameaça de demissões.

O Sindicato dos Metalúrgicos confirmou que recebeu a notificação da Mercedes-Benz sobre as possíveis dispensas no mês que vem.

Produção

Hoje, a montadora emprega 10 mil pessoas na fábrica do ABC, sendo que 7 mil estão na linha de produção. Neste ano, a Mercedes já demitiu 500 funcionários em São Bernardo do Campo e outros 280 estão em casa em regime de lay-off e retornam ao trabalho em setembro.

“O mercado de caminhões e ônibus está caindo e não há perspectiva de melhora no curto prazo. Hoje, operamos com uma ociosidade acima de 40% na unidade”, ressaltou o diretor de relações institucionais da montadora, Luiz Carlos de Moraes.

Nesta quinta (6), a montadora iniciou a parada de produção na unidade. Até o dia 21 de agosto, 7 mil funcionários estarão em casa por meio de licença remunerada.

“Temos um PDV em aberto na unidade até o dia 14. Vamos saber o número de adesão ao programa, para definir quantas pessoas serão dispensadas, caso o PPE não seja aceito”, disse Moraes.

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