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Um dia após sofrer intervenção no fundo de pensão dos funcionários e de ter seus bens arrestados pela Justiça do Rio, a Varig funcionava sem grandes problemas nesta quinta-feira, véspera de feriado. A Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não registraram cancelamentos ou atrasos de vôos e a Varig negou rumores de que rotas ligando capitais do Sudeste à região Nordeste teriam sido canceladas.

Em São Paulo, alguns passageiros encontraram vôos lotados na hora de trocar milhas por passagens e foram surpreendidos com cancelamentos, mas a Varig nega ter feito alterações de última hora. Segundo a companhia, todas as freqüências alteradas nas últimas duas semanas fazem parte do plano de ajuste de malhas, posto em operação desde o dia 2 de abril "e devidamente informado à Infraero".

Entre os cancelamentos registrados junto à Infraero e à Anac estão a suspensão de linhas na região Sul, entre elas as ligações de Congonhas (São Paulo) com as cidades de Navegantes (SC), Caxias do Sul (RS), Passo Fundo (RS), Londrina (PR) e Maringá (PR).

No Rio, o clima era tranqüilo no aeroporto Santos Dumont. Havia procura pelos vôos da empresa e movimento de passageiros querendo trocar milhas por passagens. Temendo perder os créditos no programa de milhagem da Varig Smiles, a médica Sandra Rocco resolveu passar o feriado com o filho e o marido em São Paulo.

- Fui ontem (quarta-feira) ao balcão da Varig e emiti as passagens sem problemas.

A advogada Daniela Pereira também não enfrentou dificuldades para trocar a data de uma passagem para Aracaju, emitida com milhas. Daniela ainda tem 94.000 milhas e estuda visitar a Europa para descansar e aproveitar para gastar logo seus créditos.

- Mas aí eu emitiria por uma empresa da Star Alliance - diz ela, desconfiada com o futuro da empresa.

De acordo com a Anac, a Varig tem atendido, pelo menos nas últimas duas semanas, os padrões normativos de operações nos principais aeroportos do país e tem informado com "antecedência regular" o cancelamento de freqüências.

Ainda segundo a Anac, a Varig só tem sido impedida de voar por problemas técnicos ou meteorológicos e tem "atendido todos os padrões de qualidade, segurança e de atendimento".

O diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi, disse que as agências não têm enfrentado problemas com a empresa e devem continuar vendendo passagens da companhia no curto prazo. Segundo ele, as incertezas recaem sobre os vôos de prazo mais longo, mas Rossi lembra que cerca de 80% dos pacotes de viagens nacionais funcionam com vôos fretados, portanto, não seriam afetados por problemas na empresa.

- A Varig já está com rotas reduzidas e com poucos aviões. Por enquanto, as operações estão normais e os vôos estão com um aproveitamento de 70% a 75%, o mesmo que outras companhias.

Em nota, a CVC, considerada a maior operadora de viagem do país, negou que tenha suspendido a venda de pacotes baseados em passagens Varig, embora não os esteja anunciando. A operadora explicou, no comunicado, que a Varig "representa uma parcela pouco representativa nos negócios da operadora" e que, apesar disso, "em respeito ao cliente que procura a operadora", continua disponibilizando pacotes para todos os destinos atendidos pela transportadora.

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