Os 90 funcionários da metalúrgica Camfer, com sede na Cidade Industrial de Curitiba(CIC), foram demitidos na tarde desta terça-feira (19). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), o anúncio foi feito durante uma reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná (SRTE). De acordo com os trabalhadores, a empresa está com as portas fechadas desde o dia 13.
Um grupo de funcionários e ex-funcionários permanece acampado em frente a metalúrgica desde a manhã de segunda-feira (18), em protesto contra o fechamento da empresa. Segundo o sindicato, a Camfer havia fechado as portas sem decretar falência, sem romper contratos com clientes ou demitir trabalhadores.
De acordo com Osvaldo da Silva Silveira, diretor administrativo do sindicato, a empresa afirmou que não vai abrir as portas porque um de seus principais clientes teria cancelado os contratos. O sindicalista conta que desde março a empresa tem sido alvo de protestos dos trabalhadores.
"Temos registros de aproximadamente 70 funcionários que foram demitidos nesse período e que não receberam verba rescisória, nem o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que não era recolhido pela empresa", afirma. "Depois das primeiras denúncias a diretoria se comprometeu a fazer os pagamentos, mas descumpriu o acordo", diz.
O sindicato informou que entrará na Justiça com um pedido de arresto de bens da empresa. Osvaldo calcula que o pagamento de verba rescisória para os funcionários demitidos deve chegar ao valor de R$ 800 mil. Silveira disse que os trabalhadores devem continuar acampados em frente a empresa para garantir que nenhum equipamento seja retirado do local.
Empresa
Fundada em 1984, a Camfer trabalha com usinagem e produz peças para máquinas agrícolas. Na última quarta-feira (13), segundo Silveira, trabalhadores que chegaram à Camfer encontraram as portas fechadas. "Os metalúrgicos receberam a orientação de voltar para casa e aguardar até a segunda-feira, quando a empresa voltaria a funcionar", afirma. "Mas desde a segunda-feira ninguém da administração aparece".
A reportagem tentou entrar em contato por telefone com a Camfer, mas ninguém atendeu as ligações.
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