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 | André Nojima/Imprensa SMC
| Foto: André Nojima/Imprensa SMC

Os metalúrgicos da fábrica da Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), paralisaram a produção por um dia em protesto contra o reajuste salarial oferecido pela empresa.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a montadora propôs um aumento de 4,81%, equivalente a 50% da inflação acumulada em 12 meses medida pelo INPC (9,62%).

A decisão de cruzar os braços foi tomada em assembleia na manhã desta terça-feira (4). Os funcionários voltam a se reunir nesta quarta-feira (5) às 7 horas.

A fábrica da Volvo na CIC emprega 3,2 mil pessoas, das quais 1,8 mil na produção de caminhões, chassis de ônibus, cabines e motores. De acordo com o SMC, os 180 funcionários do centro de distribuição da empresa, em São José dos Pinhais, paralisaram as atividades já na segunda-feira (3).

“Não vamos abrir mão dos 100% de reposição da inflação. Este índice já é padrão no setor metalúrgicos da Grande Curitiba, inclusive em empresas bem menores que a Volvo”, disse, em nota, o presidente do SMC, Sérgio Butka. “Esperamos que a Volvo reveja sua postura. Estamos abertos a uma negociação que não penalize os trabalhadores e que mantenha o nível de competitividade da empresa.”

Sem condições

O vice-presidente de RH e Assuntos corporativos da Volvo, Carlos Morassutti, disse à Gazeta do Povo que a empresa não tem como oferecer o repasse de toda a inflação. “Nossa capacidade ociosa é de mais de 70% e as vendas tiveram uma queda acumulada da ordem de 70% desde 2015. Estamos há dois anos carregando um excedente de pessoal na folha de pagamento. É uma situação atípica”, afirmou.

O executivo lembrou que nos últimos anos a companhia chegou a pagar participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 30 mil e disse que, ao longo da última década, os salários da fábrica tiveram aumento real de mais de 40%. “Quando a empresa vai bem e está ganhando dinheiro, não temos o menor problema em compartilhar os resultados com os funcionários. Mas não é essa a situação atual.”

Em maio, a montadora suspendeu o corte de 400 empregos e, em acordo com o SMC, abriu um Plano de Demissões Voluntárias (PDV) com adesão até 5 de dezembro. Até agora, segundo Morassutti, menos de 100 pessoas aderiram ao programa. Se até dezembro ainda existir um excedente de mão de obra, a Volvo vai implantar um Programa de Demissões Involuntárias (PDI), com benefícios menores.

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