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Os pequenos mercados de bairro têm razões para comemorar o resultado das pesquisas recentes sobre o comportamento do consumidor. Elas revelam uma nova tendência, que pôs fim a horas de pesquisa de preço e de espera em longas filas de caixa para a famosa "compra do mês". De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados, 75% das pessoas já fazem compras todos os dias. Elas também saem com sacolas leves e deixam pouco dinheiro no caixa.

Outra tendência é fazer compras perto de casa, de preferência em mercados pequenos que permitam entrar e sair rápido, o que foi medido pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad). Em sua última pesquisa anual, ela descobriu que 40% das vendas do atacado foram direcionadas ao pequeno varejo, segmento em que mais da metade dos pequenos mercados têm produtos de preço igual ou inferior às grandes redes.

Além disso, um levantamento da Gazeta do Povo revelou uma vantagem extra do pequeno varejo: algumas lojas oferecem maior variedade de marcas do que as grandes em determinados produtos. Isso ocorre porque a competição está mais acirrada e todas ficaram muito parecidas. "Só os ratos de tablóide encontram descontos interessantes", diz o professor da FGV Luciano Salamacha, referindo-se a quem tem o hábito de consultar os folhetos dos mercados. "Preço não é mais diferencial, é condição para entrar no jogo", resume o diretor da AC Nielsen, João Carlos Lazzarini. E uma forma de marcar gols sobre a concorrência é surpreender o cliente com novas marcas.

Oferecer novidades é mais fácil para o pequeno varejo, que enfrenta menos burocracia ao negociar com fornecedores. É o caso do mercado Tok Super, no Capão da Imbuia, que preza a quantidade de marcas. "Procuro atingir a maior variedade possível de produtos, desde grandes marcas até as menos conhecidas", diz o gerente João Batista Rebello. No quadro comparativo da próxima página, o Tok Super, que tem apenas cinco caixas, foi o campeão na oferta de marcas de amaciantes. Rebello se gaba de ter produtos que os consumidores não encontram em outros locais. Foi assim que a fonoaudióloga Marina de Oliveira descobriu suas marcas preferidas de limpeza. "Não encontro nos grandes", diz. Os hipermercados ela deixa para visitar quando perde o sono de madrugada. Daí sim, vale-se da comodidade dos grandes espaços abertos durante 24 horas.

É também nos mercados de bairro que o consumidor encontra mais facilmente um diferencial importante: bom atendimento. "As grandes superfícies correm o risco de se tornarem 'bancos', buscando acima de tudo rentabilidade, vendendo espaços de exposição", critica o consultor de varejo Moacir Moura, lembrando que custa caro ao fornecedor colocar o produto em gôndolas bem localizadas. "E isso em detrimento dos clientes."

O mercado Gasparin, no bairro Boa Vista, tem seis caixas e muitas marcas paranaenses porque o gerente de compras Luiz Fernando Prepichini prefere regionalizar o mix. "Assim conseguimos negociar prazos de pagamento e trocar por uma boa colocação do produto", conta.

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