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Fundado pela família Menin, dona da MRV, o banco Inter foi primeira fintech a abrir capital na Bolsa brasileira. | Reprodução Facebook/
Fundado pela família Menin, dona da MRV, o banco Inter foi primeira fintech a abrir capital na Bolsa brasileira.| Foto: Reprodução Facebook/

A Comissão de Proteção dos Dados Pessoais do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ajuizou ainda na segunda-feira(30), uma ação civil pública por danos morais coletivos contra o Banco Inter S/A. Na ação, o Ministério Público pede a condenação do banco ao pagamento de R$ 10 milhões, a título de indenização, em razão de não ter tomado os cuidados necessários para garantir a segurança dos dados pessoais de seus clientes e não clientes. O valor, no caso de condenação, será revertido ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).

Em maio, a comissão instaurou inquérito civil público para investigar o vazamento dos dados pessoais dos clientes da instituição. À época, uma matéria do site Tecmundo informou que dados de cerca de 400 mil clientes teriam sido sequestrados por um hacker e que o Banco Inter. Na ocasião, o Banco Inter disse que à reportagem que a informação era falsa, mas, em nenhum momento, refutou enfaticamente o vazamento de dados, nem mesmo aos clientes que procuraram a instituição via redes sociais e outros canais de atendimento.

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No curso da investigação, o MPDFT, segundo informações da comunicação do órgão, constatou o comprometimento dos dados cadastrais de 19.961 correntistas do Banco Inter. Dessas, 13.207 contêm dados bancários, como número da conta, senha, endereço, CPF e telefone. Outros 4.840 dados de clientes de outros bancos que fizeram transações com usuários do Inter também foram comprometidos. “Também ficou confirmada a exposição dos certificados digitais, já revogados, e da chave privada do banco. As informações foram comprovadas pelo Centro de Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação (CI) do MPDFT”, diz o comunicado do órgão à imprensa.

“As tentativas de encobrir o incidente de segurança, promovidas pelo Banco Inter, geraram prejuízos morais e insegurança aos clientes, não clientes, investidores, acionistas, ecossistemas de fintechs e startups brasileiros de dados, bem como na confiabilidade da migração dos serviços de processamento, armazenamento e de computação em nuvem das instituições financeiras”, ressaltou o coordenador da Comissão, promotor de Justiça Frederico Meinberg.

Procurado pela reportagem na noite desta teça-feira (31), o Banco Inter diz que não vai comentar a ação.

É importante lembrar que o passado do Banco Inter contém alguns lapsos de segurança. Em outubro de 2016, vários clientes se depararam com uma compra, em suas faturas do cartão de crédito do banco, de US$ 5 para um estabelecimento chamado Promotions Franklin TN. Após receber reclamações em seus canais de redes sociais, o Inter cancelou os cartões desses clientes afetados e emitiu novos, com prazo de entrega estimado em até 20 dias e sem oferecer uma explicação do que permitira àquela compra estranha aparecer nas faturas de tanta gente, ao mesmo tempo.

Em janeiro de 2017, o Inter foi alertado por um usuário do Twitter que seu site de internet banking estava vulnerável a um tipo de ataque. Pela rede social, o banco respondeu que tinha “outros meios p/ proteger nossos sistemas contra qualquer vulnerabilidade” — no que alguém poderia entender que a falha realmente existia, ainda que fosse mitigada por outras medidas.

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