• Carregando...

Curitiba – O ministro das Minas e Energia (MME), Silas Rondeau, disse ontem que ainda não descartou a entrada de projetos do Paraná no próximo leilão de energia nova, que ocorrerá em dezembro. Três usinas hidrelétricas que poderiam ser construídas no estado até 2009 ainda estão em fase de licenciamento ambiental, procedimento exigido para que entrem na licitação no fim do ano. Elas interessam à Copel e levariam a uma adição de aproximadamente 500 mil megawatts (MW) à capacidade de geração da companhia – cerca de 10% do que é produzido atualmente.

As três usinas fazem parte de um pacote com 17 projetos espalhados pelos país. Deles, apenas quatro estão com os procedimentos de licenciamento em fase adiantada. "Estamos trabalhado para apresentar 12 ou 13 usinas no leilão de dezembro", afirmou Rondeau durante o encerramento do 18.° Seminário Nacional de Produção de Energia, que ocorreu durante a semana em Curitiba.

O ministro também assegurou que não existe risco de falta de oferta de energia elétrica no curto prazo. O governo conta com a entrada de usinas prontas, que ainda não têm contratos assinados, para suprir o aumento de demanda que ocorrerá nos próximos anos. Nas contas do MME, o consumo brasileiro cresce a uma taxa de 5% ao ano, ou um acréscimo de 3 mil MW a cada 12 meses.

O secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, confirmou que o governo não cogita adiar o leilão de energia marcado para o dia 16 de dezembro. O processo servirá para o atendimento da demanda a partir de 2009 e, segundo ele, haverá oferta independente do licenciamento ambiental de novas usinas hidrelétricas. Mas o governo federal já trabalha com a possibilidade de fazer outro leilão no ano que vem para colocar usinas que não conseguirem as licenças dentro do prazo, que é 6 de dezembro.

Além de apostar nos empreendimentos que já estão prontos, mas ainda descontratados (chamados no mercado de energia "botox"), o governo incentiva o investimento em pequenas centrais movidas por fontes alternativas, como biogás. "Nossas projeções não mostram problemas de fornecimento porque haverá a entrada de dezenas de pequenos projetos no leilão", afirma o secretário.GásZimmermann foi questionado durante o seminário sobre outro problema apontado pelo mercado nos últimos meses: a falta de garantia para o fornecimento de gás natural para as usinas termelétricas. "Tudo leva a crer que o abastecimento de gás não está resolvido no curto e no médio prazo", disse Celso Ferreira, diretor de planejamento, projetos e construção da Cemig, companhia do estado de Minas Gerais.ß Guido Orgis

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]