O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse nesta quarta-feira (16) que está conversando com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para chegar a uma proposta que possa por fim à greve dos Correios, iniciada hoje. O Ministério do Planejamento é quem autoriza os reajustes. Na terça-feira (15), o Planejamento recusou a proposta negociada entre os Correios e o sindicato da categoria, de reajuste de 9% e um acréscimo de R$ 100 ao piso salarial, que é de R$ 640.
Hélio Costa disse que o reajuste de 9% é o teto que a estatal pode conceder e lembrou que essa proposta de aumento é para vigorar por dois anos. "Uma empresa só pode oferecer aquilo que está dentro do seu orçamento. Não pode oferecer além daquilo que está na receita. Senão leva a empresa à insolvência", afirmou Costa, depois de participar de reunião com a Frente Parlamentar de Modernização dos Correios, na Câmara dos Deputados. "Os correios têm a preocupação de atender seus funcionários dentro do que está nas suas posses", afirmou.
O presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, disse que a proposta de 9% foi feita ao Comando de Greve, mas que não houve tempo de ser discutida com as bases regionais. Ele reforçou a ideia de que as negociações são todas para um acordo que vale por dois anos. "Queremos um acordo bianual para sair dessa questão de greve todos os anos", disse Custódio. Ao sair do Congresso Nacional, Hélio Costa admitiu a possibilidade da vigência desse acordo ser reduzida para um ano, se houver resistência dos funcionários dos Correios.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios, 33 dos 35 sindicatos já aderiram à paralisação. A estimativa é que 70% dos 109 mil funcionários estejam em greve. Segundo um dos integrantes do comando de negociação, Emerson Vasconcelos da Silva, o sindicato de Uberaba (MG) ainda não informou se entrará em greve e o de Roraima fará uma assembleia hoje à tarde par decidir sobre a paralisação.
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