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A meritocracia, ou remuneração por mérito – modelo de gestão adotado pela ALL –, nasceu dentro da americana General Eletric (GE), no início dos anos 80, logo que Jack Welch assumiu a administração da empresa. Usando um criterioso sistema de avaliação de funcionários focado em resultados, a companhia tornou-se a mais valiosa do mundo. Durante a década de 90, o sistema da GE foi apelidado de "Up or Out" (acima ou fora, em inglês), já que, de tão rígido, praticamente eliminava quem não alcançasse uma meta. "O sistema era até perverso, já que os gestores eram obrigados a eliminar 10% dos funcionários a cada avaliação", diz o professor de administração e coordenador dos cursos In Company do Centro Universitário Positivo (Unicenp), Bruno Fernandes,

Hoje, a GE mantém a gestão pela meritocracia, mas de forma atenuada. Para Fernandes, isso não significa que o modelo tenha se esgotado. "Existe hoje na administração um certo relativismo em relação aos modelos de gestão. Não há como dizer o que é certo ou o que é errado e sim o que é mais adequado para cada tipo de empresa, o que depende de algumas variáveis como atividade, tamanho, cultura, valores, entre outros", diz.

No Brasil, a meritocracia vem sendo adotada pelas empresas do grupo Garantia Partners (GP), donos do antigo Banco Garantia e que hoje controlam as Lojas Americanas, Inbev (apesar de não seram majoritários nas ações) e ALL. Na avaliação do professor Fernandes, o potencial de conflitos é um ponto negativo deste modelo de gestão, já que a competição acirrada pode gerar problemas pessoais e o "clima" dentro da empresa pode ser prejudicado pela pressão causada pelas metas.

Apesar de os críticos do modelo de gestão da ALL o considerarem rígido demais, é difícil encontrar um ex-funcionário que critique a empresa. "Isso não acontece pois os processos de seleção são extensos e a empresa já escolhe as pessoas que concordam com o sistema de metas. Além do mais, é um sistema transparente, em que os funcionários sabem exatamente qual é a regra do jogo", completa o professor.

É o caso de Cláudio Cavagnari, de 35 anos, que trabalhou por 5 anos na ALL e por 4 anos na Brahma – também do grupo GP. Apesar de admitir que a pressão é grande nas empresas, o administrador tirou grandes lições do modelo de meritocracia. "Aprendi muito, principalmente a avaliar o mercado e ver boas oportunidades e ainda consegui juntar dinheiro para investir em uma empresa própria, também de logística, hoje parceira da ALL", diz. Para ele, o segredo para trabalhar sob o sistema de meritocracia é ter o perfil específico, de encarar desafios. "É preciso estar preparado para aguentar o tranco", completa. (ML)

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