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MP desmonta quadrilha que sonegou mais de R$ 150 mi

Segundo promotor, parte do dinheiro jamais será recuperada, já que grupo vem abrindo e fechando empresas gráficas nos últimos 20 anos

Sotto Maior disse que substituição de laranjas tornou mais difícil encontrar líderes | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Sotto Maior disse que substituição de laranjas tornou mais difícil encontrar líderes (Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo)

Uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR) desarticulou uma quadrilha que fraudou mais de R$ 150 milhões em impostos ao Fisco estadual e federal nos últimos cinco anos. Foram identificadas como participantes do esquema de sonegação 79 empresas – que atuavam na indústria e comércio de materiais gráficos – e 212 pessoas nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. O núcleo central da quadrilha estava sediado na região metropolitana de Curitiba.

Conforme informações do MP-PR, o prejuízo aos cofres estaduais por causa do não recolhimento do Imposto sobre Circu­lação de Mercadorias e Produtos (ICMS) nos últimos cinco anos chega a R$ 113 milhões, além de mais R$ 40 milhões em tributos federais desviados. De acordo com o promotor de Justiça da Promotoria de Justiça de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária de Curitiba, José Geraldo Gonçalves, o prejuízo ao Fisco é ainda maior, já que as investigações confirmaram que a mesma quadrilha agia havia pelo menos 20 anos. "Algu­mas empresas fazem parte da investigação apenas para conhecermos o modus operandi da quadrilha, pois, devido ao tempo, não é mais possível resgatar o dinheiro desviado", afirmou.

As investigações da "Operação Papel" resultaram em 12 mandados de prisão temporária, 11 no Paraná e um em Santa Catarina. No Paraná, dez pessoas foram presas e prestaram depoimento na sede do Gaeco, em Curitiba. A polícia também cumpre mais 101 mandados de busca e apreensão em empresas, escritórios de contabilidade e residências de pessoas envolvidas no esquema nos quatro estados. Das 70 pessoas já chamadas pelo MP para prestar esclarecimento, 61 delas estão no Paraná.

No interior do estado, a quadrilha mantinha uma empresa em Londrina e pelo menos cinco pessoas estavam envolvidas no esquema. De acordo com Gonçalves, esta empresa teria migrado para o Rio de Janeiro, onde continuava sonegando impostos. "Em Santa Cata­rina e em São Paulo estamos apenas buscando pessoas que tiveram algum envolvimento com a quadrilha e hoje residem nesses estados", diz o procurador.

Além do Ministério Público do Paraná (MP-PR), a operação contou com a participação da Promo­­toria de Justiça de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária de Curitiba, as Promotorias de Jus­tiça de Francisco Beltrão e Morretes, os Grupos de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Curitiba e Londrina, as Polícias Civil e Militar, as Receitas Federal e Esta­dual e os Ministérios Públicos de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

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