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Com cartazes e palavras de ordem, cerca de mil pessoas foram às ruas: medo de tremores de terra e da contaminação da água | Cesar Machado/Vale Press
Com cartazes e palavras de ordem, cerca de mil pessoas foram às ruas: medo de tremores de terra e da contaminação da água| Foto: Cesar Machado/Vale Press

Justiça

Na semana passada, o Ministério Público Federal entrou com um pedido de liminar para suspender a licitação que autorizou a exploração de gás no Oeste do estado até que sejam feitos estudos sobre o uso do fracking. A Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido.

Uma manifestação contra a exploração do gás de folhelho (também conhecido como gás de xisto) na Região Oeste do Paraná levou uma multidão às ruas de Toledo, ontem à tarde. O ato teve apoio de entidades da sociedade civil contrários ao método de extração do gás conhecido como fracking ou fraturamento hidráulico. Segundo eles, a técnica é altamente danosa ao meio ambiente por usar produtos químicos injetados no solo para provocar explosões nas rochas e liberar o gás. Há estudos que ligam esse tipo de procedimento a abalos sísmicos.

A exploração foi autorizada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) no ano passado por meio de um leilão. Um consórcio formado pela Copel e as empresas Petra, Bayar e Tucumann arrematou quatro blocos na porção oriental da Bacia do Paraná. Já o bloco 297, que fica em Toledo, ficou com a Petrobras.

O Ministério do Meio Ambiente (e não a Petrobras, como informado pela Gazeta do Povo anteriormente)* enviou aos organizadores da manifestação um documento com mais de 50 páginas detalhando todos os procedimentos da extração de gás. O documento traz um parecer técnico do Ibama sobre os impactos ambientais do fracking e reconhece que há registros de abalos sísmicos que teriam sido provocados pelo método utilizado. O Ibama recomendou uma "discussão clara e abrangente por parte dos diversos segmentos da sociedade brasileira com relação a essa tecnologia."

O italiano Nino Granata, que vive em Toledo há 12 anos, disse que em seu país houve exploração por meio de fraturamento hidráulico e as consequências foram desagradáveis, com a contaminação de lençóis de água. "Falaram que era uma coisa boa para a economia, para o país, mas no final a grande tecnologia foi um erro humano e quem pagou foi o povo."

Em nota, a Copel informou que não empregará o fracking nos blocos sob sua concessão "sem que as consequências ambientais sejam exaustivamente avaliadas".

* Informação corrigida às 15h40 de 04/06/2014.

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