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Na contramão da indústria nacional, produção tem forte alta no Paraná

Depois de um tímido começo de ano, atividade cresceu quase 10% no estado em março. No acumulado do trimestre e de 12 meses, expansão passa de 7%

Refinaria da Petrobras em Araucária: produção de combustíveis cresceu quase 18% em março | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Refinaria da Petrobras em Araucária: produção de combustíveis cresceu quase 18% em março (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

Depois de começar o ano com dois meses seguidos de retração, a indústria do Paraná voltou a elevar sua produção – e com força – no mês de março, refletindo principalmente a recuperação da indústria de veículos automotores e a expansão do setor gráfico. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção da indústria paranaense cresceu 9,8% em relação a fevereiro, o maior aumento do país nesse tipo de comparação.

Apesar da base de comparação fraca, o crescimento da indústria paranaense manteve o estado "descolado" da produção nacional, que recuou 0,5% na passagem de fevereiro para março. Aliás, em todos os comparativos o Paraná segue com indicadores bastante positivos, enquanto a indústria brasileira derrapa.

No confronto com março do ano passado, o setor cresceu 15% no Paraná e encolheu 2,1% no Brasil. No acumulado do primeiro trimestre, a produção estadual foi 7,4% superior à do mesmo período de 2011, ao passo que a nacional diminuiu 3%. No acumulado de 12 meses, o Paraná registra avanço de 7,7% e o país, um recuo de 1,1%.

O principal impacto positivo para o crescimento da produção em março veio do ramo de edição e impressão, com alta de 89,2% sobre o mesmo mês de 2011. Segundo o IBGE, ele foi "impulsionado não só pela maior fabricação de livros, brochuras e impressos didáticos, mas também pela baixa base de comparação, uma vez que a atividade registrou recuo de 49,5% em março de 2011". Também tiveram forte influência os avanços em veículos automotores (14%) e combustíveis (17,7%) – esse último é outro que se beneficiou da fraca base de comparação, uma vez que sua produção havia encolhido 18% em março de 2011.

Para André Macedo, gerente da pesquisa industrial do IBGE, apesar da base de comparação enfraquecida em alguns casos, a indústria paranaense está de fato na contramão da nacional. "Há um quadro de menor ritmo na indústria brasileira e o Paraná segue descolado, com alta na produção da indústria como um todo", avalia Macedo. O setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos é um dos que ilustram esse "descolamento": na comparação com março de 2011, sua produção caiu 10,8% no Brasil, mas cresceu 8% no Paraná.

De acordo com Gilmar Mendes Lourenço, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), a economia paranaense vinha sofrendo com os impactos da estiagem na produção agroindustrial e das férias coletivas concedidas por empresas do ramo metal-mecânico no início do ano. "Passada a fase de ajuste aos efeitos da contração do crescimento da economia brasileira, a indústria paranaense começou a emitir claros sinais de ingresso em uma fase de forte recuperação em março", ressaltou Lourenço, em nota divulgada à imprensa.

A indústria de alimentos, que tem o maior peso no índice geral do Paraná e cresceu 4,5% no trimestre, é um dos ramos que colabora para o bom resultado do estado. "A agricultura influencia diretamente a indústria de alimentos e indiretamente a produção de caminhões, por exemplo", explica Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). "Esperamos que a quebra de safra em algumas regiões do estado não tenha um efeito muito negativo e também que os estímulos que o governo deu à indústria se reflitam no Paraná, especialmente no segundo semestre."

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