A Natura planeja intensificar sua presença em outros países da América Latina e terá seus itens produzidos fora do Brasil ainda este ano, afirmou o vice-presidente financeiro da empresa de cosméticos nesta quinta-feira.
Segundo Roberto Pedote, até o final de 2010 os produtos serão fabricados em pelo menos um dos três países onde possui operações "consolidadas": Argentina, Chile e Peru.
"Não haverá construção de fábricas, mas parceria com produtores locais", disse ele, em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados financeiros divulgados na véspera.
No ano que vem, de acordo com o executivo, o ritmo de produção deve ser intensificado e, até o final de 2011, os três países devem contar com uma estrutura de produção.
No segundo trimestre, as operações de Argentina, Chile e Peru tiveram Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) conjunto positivo de 5,4 milhões de reais. Já México e Colômbia, juntos, registraram Ebitda negativo em 6,4 milhões de reais.
"Esses dois países têm operações ainda relativamente pequenas, crescendo a taxas menores...ainda exige tempo de maturação", afirmou Pedote.
A Natura encerrou o primeiro semestre com 180 mil consultoras fora do Brasil, volume 28 por cento maior na comparação anual.
DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL
No Brasil, a Natura também vem buscando formas de redesenhar sua atuação, com objetivo de reduzir custos e prazos de entrega dos produtos.
Conforme Pedote, entre setembro e outubro, a empresa vai inaugurar dois novos centros de distribuição, em Belém (PA) e Uberlândia (MG), totalizando sete unidades. "Também estamos aumentando a capacidade dos centros existentes", assinalou.
A Natura apurou lucro líquido de 191,5 milhões de reais de abril a junho, alta de 13,8 por cento sobre um ano antes. Já a receita líquida da companhia subiu 24,1 por cento, para 1,28 bilhão de reais.
De acordo com o executivo, o resultado foi apoiado principalmente nos lançamentos que, no segundo trimestre, somaram 38 produtos.
As ações da Natura avançavam 2,78 por cento, cotadas a 41,10 reais, às 11h33 desta quinta-feira. No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,97 por cento.
