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Um eventual processo de venda das operações do HSBC no Brasil pode, segundo o mercado, atrair concorrentes diretos e também estrangeiros. Reportagem do jornal Valor Econômico aponta que, no cenário nacional, Bradesco, Santander e BTG Pactual estão entre os possíveis interessados. No ambiente externo chamam a atenção os chineses, que, após a intensa dilatação das atividades industriais, voltam-se ao segmento financeiro, com destaque para o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) e o China Construction Bank (CCB).

A decisão de fazer o investimento passa por uma análise que considera dois fatores principais: oportunidade e risco. O primeiro mostra que, a despeito da estagnação econômica e da cautela do consumidor no Brasil, a chance de comprar uma empresa bancária consolidada pode ser interessante para quem busca crescer ou se instalar no país. “A vantagem é que você ganha de imediato clientela e uma rede de agências estabelecidas”, afirma o professor Luiz Fernando Rodrigues de Paula, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Isso seria especialmente interessante para bancos sem operação no Brasil, aponta o analista de bancos da Austing Rating, Luis Miguel Santacreu. “Achar um banco com mais de 800 agências à venda é raro”, diz. Outra vantagem, para os estrangeiros, seria a de adquirir uma empresa com estrutura global – o HSBC é considerado, ao lado do Citibank, o banco mais capilarizado do mundo.

Quem já opera no Brasil poderia, a partir da fusão, fazer cortes de pessoal e de estrutura, de forma a ganhar escala e promover economia. Um eventual entrave seria a necessidade de aprovação do negócio por autoridades que preservam a concorrência no setor, embora já haja bastante concentração.

Custos de absorção

Por outro lado, uma operação do gênero implica custos de absorção da empresa comprada e de estruturação do novo negócio. Sobre o desmonte do antigo banco, por exemplo, recairiam custos com adequação de processos, padronização de tecnologia e eventuais encargos trabalhistas, no caso de demissões. “A princípio, é um negócio que parece interessante para o Santander, mas o banco está rentabilizando bem e não sei se tem disposição para pagar o preço de absorver outra estrutura”, diz o professor da UERJ.

Em um eventual negócio com o BTG Pactual, o desafio seria entrar no mercado com força suficiente para ter capacidade de expansão e não repetir a trajetória do próprio HSBC, discreta depois da aquisição do Bamerindus. (RC)

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