
A Nestlé/DPA (Dairy Partners Américas, joint venture formada com a cooperativa neozelandesa Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo), inaugurou na sexta-feira, na cidade gaúcha de Palmeira das Missões, a 370 quilômetros de Porto Alegre, uma nova unidade de processamento de leite com capacidade inicial para processar um milhão de litros por dia. O empreendimento, localizado na maior bacia leiteira da região, contou com um investimento inicial de R$ 30 milhões e deve servir de base para a atuação do grupo no Sul do país.
Na cerimônia de inauguração da fábrica, o presidente da DPA, Juan Carlos Pestana, adiantou a intenção da multinacional de investir mais R$ 120 milhões na Região Sul nos próximos anos. "Estamos em fase de planejamento e anunciaremos os destinos [dos recursos] até o fim deste ano". Com a nova unidade, a preferência é pelo Rio Grande do Sul, disse o executivo, sem, no entanto, descartar investimentos nos estados do Paraná e Santa Catarina.
A unidade de Palmeira das Missões receberá a produção de leite de cerca de 12 mil produtores localizados em um raio de 300 quilômetros do município, sendo responsável pelo processamento e transformação do produto natural em pré-condensado, longa-vida e leite em pó. A unidade vai gerar cerca de mil empregos diretos e indiretos na cidade. A região é responsável pela produção de cerca de 9 milhões de litros de leite por dia, existindo a perspectiva de dobrar este volume nos próximos cinco anos.
Para incentivar a produção de leite na região, a Nestlé/DPA desenvolveu uma iniciativa com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) que dará apoio técnico, orientação e capacitação sobre temas voltados à cadeia produtiva leiteira, como manejo de ordenha, controle de qualidade do leite, manejo sanitário do rebanho e utilização de pasto e alimentação adequada. O programa atenderá inicialmente 30 famílias.
Leite barato
O baixo preço pago por litro de leite é uma das grandes reclamações dos produtores da região. O preço médio hoje é de cerca de R$ 0,50 por litro há um ano atrás este valor girava em torno de R$ 0,70. No entanto a expectativa é de que a chegada da nova indústria aumente a procura pelo produto refletindo na valorização dos preços.
Do outro lado, a indústria põe a culpa no mercado internacional. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínio do Rio Grande do Sul (Sindi-Lat/RS), Gilberto Piccinini, algumas empresas estão até estocando a produção de leite em pó e longa-vida para evitar uma queda ainda maior dos preços.
O repórter viajou a convite Nestlé/DPA.




