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Prêmio

Nobel tem primeira vencedora

Dois professores dos EUA ganham o reconhecimento na área econômica de 2009. Elinor Ostrom é primeira mulher premiada

Elinor Ostrom, professora da Universidade de Indiana | John Sommers/Reuters
Elinor Ostrom, professora da Universidade de Indiana (Foto: John Sommers/Reuters)
Oliver Williamson, professor aposentado da Universidade de Berkeley, Califórnia |

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Oliver Williamson, professor aposentado da Universidade de Berkeley, Califórnia

Nova Iorque - O Prêmio Nobel de Economia, criado em 1969, foi concedido pela primeira vez a uma mulher. Elinor Ostrom, 76 anos, professora da Universidade de Indiana (EUA), é PhD em ciência política e pesquisa a gestão de recursos por comunidades. Ela dividiu o prêmio com Oliver Williamson, 77, professor da Universidade da Califórnia e PhD em economia. Ele estuda o processo de tomada de decisão das empresas.

O Nobel deste ano registrou um número recorde de prêmios entregues a mulheres. No total, foram cinco pesquisadoras laureadas em áreas como química, medicina, literatura e economia.

No ano da crise econômica, o comitê deixou de lado trabalhos focados em macroeconomia e em modelos abstratos. Os vencedores desenvolveram pesquisas de campo que procuram compreender como as pessoas cooperam entre si fora dos mercados convencionais. Um dos fatores em comum entre os trabalhos premiados é a questão da regulação.

Para o comitê do prêmio, em­­bora a teoria econômica tenha iluminado de forma abrangente as virtudes e limitações dos mercados, tradicionalmente prestou menos atenção a outros arranjos institucionais.

O trabalho de Ostrom tem im­­plicações em políticas ambientais e questões relacionadas ao aquecimento global. Seu trabalho derruba a tese de que, quando comunidades administram recursos ou bens finitos, acabarão por destruí-los, e que o me­­lhor seria uma regulação centralizada ou privatização.

Com base em exemplos de gestão de áreas de floresta, suprimento de água e pasto, Ostrom comprovou que a gestão comunitária pode ter resultados melhores do que o previsto.

Em entrevistas, a pesquisadora comentou seu trabalho: "Des­de que nós descobrimos que al­­gumas vezes os burocratas não têm as informações corretas, en­­quanto cidadãos e usuários dos recursos têm, nós esperamos que isso ajude a encorajar um senso de capacidade e de poder’’.

O trabalho de Ostrom indica que políticas públicas, principalmente ambientais, têm mais resultados quando são baseadas na colaboração entre as partes, e não na simples imposição de regras.

Decisão empresarial

Já o trabalho de Williamson procura explicar o processo de tomada de decisão das empresas e co­­mo elas se estruturam. As di­­versas hipóteses estudadas explicariam, por exemplo, por que uma empresa dependente de uma matéria-prima decide comprar o produto no mercado livre, ou se vai definir um contrato de longo prazo com um único fornecedor, ou ainda se vai promover uma fusão para contar com o produto na própria empresa.

Segundo a pesquisa, o fator que define essas escolhas é o custo de transação. Na prática, em mercados de maior competição faz mais sentido negociar com parceiros externos. Em mercados menos eficientes, com menos competição, pode ser melhor à empresa desenvolver toda a cadeia, da matéria-prima ao produto final.

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