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BAT, do Brave | Brave
BAT, do Brave| Foto: Brave

Segundo dados de uma pesquisa conduzida pelo CoinDesk, publicação especializada em moedas digitais, cerca de 48% dos empreendimentos baseados em capital de risco conduzidos em 2016 se basearam nas chamadas moedas digitais. A análise teve como estofo mais de 400 empresas que apostam atualmente na tecnologia conhecida como blockchain – que torna possível o funcionamento de sistemas como o Etherium ou ainda as conhecidas Bitcoins. 

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Conforme o receio dos investidores e mercados arrefece, cada vez mais empresários têm encontrado nas moedas virtuais uma alternativa para angariar fundos. Essa abordagem não apenas simplifica a tomada inicial de fôlego empresarial; ela também possibilita uma atuação descentralizada.

Com isso, troca-se a intermediação de grandes instituições financeiras por processos matemáticos tidos até hoje como incorruptíveis, totalmente independentes de qualquer controle humano. 

US$ 35 milhões em 30 segundos 

Em um dos casos mais recentes, o navegador Brave, de autoria do cofundador da Mozilla, Brendan Eich, completou sua ICO (Oferta Inicial de Moeda) como um processo distinto em termos de ganho e velocidade.

Em aproximadamente 30 segundos, os chamados Basic Attention Tokens (baseados no sistema Ethereum) foram totalmente vendidos, revertendo ao projeto um total de US$ 35 milhões. Um efeito colateral inesperado indignou muitos interessados, porém: apenas 130 pessoas conseguiram comprar lotes de BATs (com as 20 carteiras mais recheadas respondendo por dois terços do montante). 

Apesar da frustração dos excluídos, a empresa considerou o resultado da ICO um sucesso. “Estamos satisfeitos com as vendas e ansiosos por reinventar a publicidade digital, construindo uma plataforma centrada no usuário para dar suporte para a internet”, disse Eich, reforçando a proposta original do Brave em entrevista ao site CoinDesk. 

Economia de tokens 

As vendas de tokens como forma de captação de recursos experimentaram uma aceleração apreciável em 2017. Na semana passada, o popular aplicativo de mensagens Kik anunciou que faria uma oferta de tokens, tornando-se uma das primeiras marcas de grande envergadura a endossar o conceito. A moeda, batizada de “Kin”, deve servir como método de pagamento dentro e, eventualmente, também fora do app. 

Ao justificar a escolha pelo lançamento de sua própria moeda digital, a Kik reforça o discurso de comodidade e rapidez endossado hoje por diversas startups mundo afora. Para a companhia, a instituição do Kin deve dar aos usuários do aplicativo um método simplificado para enviar e receber dinheiro – além de conferir à empresa uma margem considerável sobre a concorrência.

Kik captará recursos premiando usuários mais ativos com a criptomoeda própria Kin.

“Há várias formas de ganhar [com o Kin]: você pode colocar propagandas, pode manter um grande chat em grupo, pode criar belos stickers ou construir um grande bot”, explicou o fundador e CEO da Kik, Ted Livingstone, ao site Newsbtc. “Portanto, há todas essas maneiras para que você, um consumidor, pode gerar e colher”, conclui. 

Ganhando embalo com criptomoedas 

Embora a ponte óbvia entre ICO (Oferta Inicial de Moeda) e IPO (Oferta Pública Inicial) seja inevitável, vale notar que os modelos de captação são apenas parcialmente análogos. Mesmo que uma ICO possa servir para vender participações em uma empresa — fornecendo uma alternativa aos fundos de capital de risco e aos investidores-anjo —, é comum que uma venda de tokens dê direitos variados aos investidores em potencial. 

No caso dos “Kins” do Kik (acima), por exemplo, há apenas uma moeda para utilização a despeito de parcelas da empresa – embora, como qualquer outra moeda digital, é sempre possível esperar valorizações pós-lançamento, a depender do volume de transações. Não obstante, a captação permitirá à empresa lançar novos recursos e elevar seus fundos, conferindo maior liquidez. 

“(...) Nós criamos uma nova moeda digital para o Kik, de forma que há uma quantia limitada, e nós reservamos uma parte para nós mesmos”, explicou Livingstone ao Newsbtc. “Dessa forma, quanto mais pessoas passarem a negociar, maior será o valor dessa moeda.” 

Adoção em massa 

No momento, entretanto, apenas companhias consideradas vanguardistas têm buscado nas moedas digitais métodos de capitalização. Mas isso pode mudar em breve. “Nossa pesquisa revelou que os empreendedores acreditam que o capital institucional passará a controlar as ICOs entre os investidores, sugerindo, talvez, um aumento de qualidade dos tokens vendidos do suporte aos projetos baseados em blockchain, o que deve chamar atenção de investidores mais tradicionais”, atesta a pesquisa do CoinDesk.

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