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Surface Studio, desktop all-in-one da Microsoft. | Divulgação/Microsoft
Surface Studio, desktop all-in-one da Microsoft.| Foto: Divulgação/Microsoft

A Apple anunciou semana passada uma pequena atualização do Mac Pro. Segundo a empresa, ela será seguida por uma reformulação radical do produto. Foram quatro anos sem que a Apple anunciasse qualquer atualização para o Mac Pro, hiato que levou alguns a se preocuparem com o fato de que a empresa, reconhecida pelo seu trabalho em inaugurar a era “pós-PC”, estava deixando o segmento móvel ofuscar o humilde desktop.

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Mas como o anúncio da Apple prova, é provável que não testemunhemos os desktops, computadores de mesa, morrerem de vez, mesmo com os dispositivos móveis sendo os nossos gadgets mais usados. O que pode acontecer, na verdade, é que os computadores ganharão uma nova cara. A julgar pelas tentativas recentes da indústria de manter a viva a chama deles, talvez vejamos uma mudança, de computadores acessíveis que funcionam em todo lugar para máquinas mais sofisticadas e especializadas.

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Não há como negar que os computadores estão em declínio. O crescimento das vendas, especialmente de desktops, vem diminuindo desde 2012, de acordo com a consultoria IDC. Um estudo recente mostrou que o Android ultrapassou o Windows como o sistema operacional mais usado do mundo. Algo similar aconteceu com a Apple em 2012, quando seu sistema operacional móvel, o iOS, se tornou o sistema operacional mais usado da casa, impulsionado por consumidores que se voltavam mais para seus iPhones, iPads e iPods.

Basicamente, desktops viram suas principais funções diluídas em um exército de novos dispositivos. Precisa de um teclado grande no qual digitar? Há um notebook barato ou um teclado Bluetooth para isso. Deseja assistir a um filme online? Você pode fazer diretamente da sua TV.

Mas a verdade é que corremos o risco de nunca entrar para valer na era “pós-PC” – ou pós-Mac, como a enxurrada de matérias afobadas sobre os planos da Apple para o Mac Pro indicou.

Sempre existirão situações para as quais precisaremos de um computador. A Deloitte afirmou no ano passado que mesmo os mais jovens dos millennials, com idades entre 18 e 24 anos, ainda dependem de desktops e notebooks para tarefas específicas, incluindo compras, transaçõres bancárias, consumo de vídeos e criação de arquivos de texto e imagens.

Além disso, as empresas estão trabalhando para criar desktops que se encaixam em um mundo onde os dispositivos móveis estão cada vez mais fazendo a maior parte do trabalho pesado.

Para a Apple, parte da solução está em tornar o Mac Pro mais personalizável e, portanto, mais flexível no sentido de atender às necessidades das pessoas. Ela também está aproximando as experiências móvel e desktop. Craig Federighi, vice-presidente de engenharia de software da Apple, disse que a empresa está trabalhando para tornar o iPad Pro melhor com o desktop a fim de convencer as pessoas de que elas precisam de ambos os dispositivos.

A Microsoft parece estar lidando com as mudanças do PC trazendo o melhor da tecnologia móvel e ao desktop, quase sempre de maneira bela e grandiosa. O Surface Studio, um computador do tipo “all-in-one” com tela de 28 polegadas sensível a toques, custa US$ 3 mil (nos Estados unidos) e permite que se use uma caneta e um disco projetados pela Microsoft para funcionarem apenas em sua tela.

A Samsung está tentando tornar a sua mesa de trabalho completamente baseada em dispositivos móveis. A empresa mostrou um “modo desktop” do seu próximo smartphone, o Galaxy S8, que permite conectar o aparelho a uma estação de US$ 150 e usá-lo com monitor, teclado e mouse para uma experiência semelhante à do desktop. É o tipo de produto que, em tese, pode eliminar o desktop, mas levará algum tempo para que soluções móveis como essa decolem porque elas ainda são um pouco rudimentares, disse Mikako Kitagawa, analista do Gartner.

“O problema de colocar seu pequeno dispositivo em sua tela grande é que você tem que ajustar o tamanho da tela e as aplicações para caberem nela. Essas pequenas mudanças sutis são caóticas e não é realista usá-las ainda”, disse a analista.

Assim, a julgar pelo direcionamento que mercado de desktops tomou nos últimos anos – e aonde continua indo –, o resultado é que você provavelmente gastará mais em um desktop, mas para usá-lo para menos coisas.

Kitagawa acredita que os desktops se acomodarão na faixa de preço entre US$ 800 e US$ 1 mil para consumidores que não queiram máquinas topo de linha típicas de ambientes profissionais, mas desejam poder jogar, editar fotos e vídeos e usufruir de outros passatempos. Para ela, essa faixa será a “ideal” para computadores desktop no varejo.

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