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Cargas

Nova empresa da ALL quer 12% do mercado de contêiner em 5 anos

Companhia criou uma empresa específica para atuar no setor de cargas de varejo e espera investir R$ 1 bilhão neste período.

A Brado Logística, empresa criada pela ALL para lidar com cargas de varejo, planeja ter 12% do mercado brasileiro de transporte de contêineres nos próximos cinco anos, catapultando a participação da ferrovia em um segmento dominado pelo modal rodoviário.

A companhia traça planos de investir R$ 1 bilhão nesses cinco anos, recursos que não contarão com aportes da ALL, afirmou o presidente da maior operadora ferroviária do Brasil, Paulo Basílio, em teleconferência com analistas sobre a criação da Brado.

Segundo ele, a Brado deverá ter montado sua estrutura de capital até meados de 2011. 'O que faz sentido para a gente é uma estrutura dívida/equity de 1 para 1', disse o executivo.

A Brado é controlada em 80% pela ALL e 20% pela Standard, que atua no segmento de contêineres frigorificados. A criação da empresa vinha sendo desenvolvida há 10 meses com a missão de elevar a participação da ALL no setor de contêineres, hoje de apenas 2% de um total estimado em mais de R$ 2,6 milhões.

Em maio, o ex-presidente da ALL, Bernardo Hees, havia revelado durante o Reuters Latin America Investment Summit planos da ALL para ingressar no segmento de contêineres.

'A Brado replica no Brasil modelo de negócio bem sucedido em outros países onde a ferrovia tem grande participação no transporte de contêineres. Hoje, no Brasil, a rodovia leva carga para o porto e a base de armazenagem deles é no porto, onde os espaços são muito caros', disse o diretor financeiro da ALL, Rodrigo Campos.

Para compensar os investimentos que serão feitos pela própria Bravo, a ALL vai oferecer taxas de transporte 'competitivas com a rodovia, mais um desconto que reflete o investimento que estão fazendo', disse Campos, sem citar valores. Nos planos da Brado, a empresa vai consumir o bilhão de reais em investimentos em locomotivas (R$ 250 milhões), vagões (R$ 540 milhões), terminais (R$ 110 milhões) e obras civis, via permanente e sistemas (R$ 100 milhões).

O gasto em vagões será principalmente em unidades 'doble stack', capazes de transportar dois contêineres, um sobre o outro. Mas a empresa também terá que contar com vagões 'single stack' para conseguir transportar as cargas até o porto, já que parte da malha da ALL passa por dentro de túneis antigos, mais baixos. O percurso médio das cargas é de 600 quilômetros.

'O investimento majoritário é em double stack. A gente vai rodar double stack em 80% das rotas e, para descer os túneis, faremos transbordo para single stack, mas 100% da carga será transportada pela ferrovia', disse Basílio. 'Isso para não termos que fazer investimento em túneis, o que seria muito caro e as obras poderiam interromper o fluxo da ALL.'

Segundo os executivos, a expectativa é que a Brado apresente uma margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de entre 20 e 40 por cento. Atualmente, o volume de contêineres transportado pela ALL equivale a menos de 1% do Ebitda da operadora ferroviária.

Às 12h00, as ações da ALL exibiam alta de 1,23 por cento, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 1,22%.

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