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Uma nova geração de navios está chegando aos mares: são embarcações com capacidade de transportar até 14 mil TEUs (contêineres de 20 pés). E elas podem ajudar os portos do Sul do Brasil a ter mais movimento. A expectativa da consultoria marítima Datamar é de que nos próximos cinco anos, o movimento nos terminais de contêineres brasileiros cresça ao ritmo de 6,5% ao ano. 

 “A incorporação de embarcações cada vez maiores às frotas trará mudanças à navegação regional, já que nem todos os portos serão capazes de receber os grandes navios”, destaca Andrew Lorimer, diretor da Datamar. 

 Segundo ele, o caso mais emblemático é o do porto de Buenos Aires. Uma combinação de calado e canal de acesso estreito dificultaria o acesso de navios de grande porte ao terminal da capital argentina. “Esses fatores afetam a economia de escala.” 

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O especialista aponta que o canal de acesso tem 100 metros de largura e os novos navios tem, em média, 50 metros de largura, impedindo a passagem de dois ao mesmo tempo. 

 Outro fator que tende a complicar a operação de navios da nova geração na Argentina é a constante sedimentação do Rio da Prata, onde desaguam os rios Paraná e Uruguai, o que exige constantes dragagens. 

 “Isto tende a provocar um aumento de transbordos em Santos (SP) e nos portos do Sul do Brasil”, destaca Lorimer. 

Mais chances de serem beneficiados

 Os portos que mais podem ser beneficiados são os de Santos, Paranaguá (PR), Itajaí (SC), Navegantes (SC) e Rio Grande (RS). Um dos fatores que mais ajudam esses terminais é o grande calado, que possibilita a entrada de navios maiores. 

Os que menos teriam chances, na avaliação de Lorimer, são São Francisco do Sul (SC), que tem poucas operações de contêineres, e Porto Alegre (RS). 

 Terminais administrados por empresas de navegação também teriam maiores chances de serem pontos de transbordo de cargas. É o caso de Itapoá, no qual a armadora Maersk tem 30% de participação, e de Navegantes, pertencente na totalidade a um empresa ligada à armadora MSC. 

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“Os grandes armadores, naturalmente, levariam o movimento de cargas para seus terminais”, destaca o consultor. A verticalização, ou seja, conjugar operações marítimas e terrestres fazendo com que as empresas operem em diversos modais de transporte, é uma tendência no setor. “No Brasil, a greve dos caminhoneiros assustou e muito.” 

 Quem também tem grandes chances, apesar de não pertencer a uma empresa de transporte marítimo é Rio Grande (RS), o mais próximo no Brasil de Buenos Aires. Segundo a Gazeta do Povo apurou, o interesse das armadoras por esse terminal é grande.

A estratégia dos armadores

A Maersk, uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo, opera com navios com capacidade para transportar até 10 mil TEUs na Costa Leste da América do Sul. 

 No momento, não há planos de operar com embarcações maiores na região, ressalta a empresa. Segundo ela, há problemas de calado nos portos da região e a dragagem é pouco eficaz, o que causa um grande problema para os armadores. 

No mundo, a Maersk opera com embarcações que carregam até 18 mil TEUs. Na Costa Oeste da América do Sul, já começaram a ser usadas embarcações com capacidade de até 14 mil TEUs.

A MSC, outra grande operadora, pretende colocar em operação navios porta-contêineres com capacidade para transportar até 23 mil TEUs até 2020. A empresa não definiu as rotas que eles operarão e se operarão no Brasil.

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