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Nova metodologia vai aumentar o PIB do Brasil

IBGE anuncia revisão dos dados de crescimento do país nos últimos anos. Risco de resultado negativo em 2014 fica menor

Investimento em pesquisa deixará de ser contado como despesa. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Investimento em pesquisa deixará de ser contado como despesa. (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

A mudança no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode aumentar os resultados registrados pela economia brasileira nos últimos anos. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), conta dos investimentos no PIB, deve sofrer expansão com a soma dos aportes em pesquisa e desenvolvimento, exploração e avaliação de recursos minerais e softwares, explicou nesta segunda-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em coletiva de imprensa. “Isso aumenta o PIB”, definiu o diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto.

Na metodologia atual, essas atividades são contabilizadas como despesas. “O que antes eram apenas gastos passam a ser considerados como investimentos, como, por exemplo, a prospecção mineral”, exemplificou Olinto.

Como resultado de gastos menores e investimentos maiores nos últimos anos, o país pode escapar do resultado negativo em 2014 previsto pelos economistas mais pessimistas. Segundo o último Boletim Focus, do Banco Central, a expectativa média do mercado financeiro é que o PIB brasileiro tenha ficado estagnado no ano passado (0,01% ante 2013).”Aumenta a probabilidade que o PIB de 2014 venha positivo”, avaliou Eduardo Velho, economista-chefe da corretora INVX Global Partners.

A LCA Consultores estima que, após as revisões, o crescimento econômico médio do período de 2011 a 2014 passará dos atuais 1,6% ao ano (considerando os dados até o terceiro trimestre do ano passado) para em torno de 2,5% ao ano. Nas projeções da consultoria, o PIB de 2014 deveria ficar estagnado. Com as revisões, pode subir um pouco, mas nada além de 0,5%. “Nos outros países que adotaram a nova metodologia, houve revisão da taxa de crescimento para cima”, disse o economista-chefe da LCA, Bráulio Borges.

Impacto relativo

O economista Claudio Considera, que chefiou a Coordenação de Contas Nacionais do IBGE durante a implantação do Sistema de Contas Nacionais na década de 1980, duvida de taxas de crescimento maiores e crê que o principal efeito será sobre o tamanho da economia, não tanto sobre as variações ano a ano. “Vamos descobrir que o PIB é um pouco maior do que se imaginava. O valor absoluto do PIB deve crescer e vai crescer em todos os anos”, disse Considera, que hoje é pesquisador associado da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Imposto de Renda

Além da ampliação dos itens classificados como investimento, o cálculo do PIB passa a contar com informações do Imposto de Renda de Pessoa Física, da Receita Federal, sobre o consumo das famílias. Também será incorporado o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que apura a variação de preços dos produtos da indústria de transformação, e o acionamento das usinas térmicas na geração de eletricidade.

Outra novidade é que as sedes administrativas das empresas industriais passam a contar como serviços e em seu local de origem. Antes, as atividades dessas sedes contariam no PIB industrial – assim, uma parte da indústria passa para serviços. Há implicação também na composição regional: o PIB de estados onde ficam as sedes, como São Paulo, pode aumentar.

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