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Ministros de Economia e presidentes de bancos centrais de países desenvolvidos e emergentes voltam à mesa de negociações amanhã, em Paris, para a primeira reunião ministerial do G-20 em 2011. Como de praxe nos últimos encontros, eles estarão em lados opostos, divididos em questões como a criação de indicadores de desequilíbrios econômicos, na regulação de commodities (matérias-primas) e no controle de fluxos de capitais.

Um dos atritos dos anfitriões foi com o Brasil. Em recente discurso, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, defendeu em linguagem cifrada a regulação no mercado de matérias-primas, sem exemplificar que se referia à regulação de produtos financeiros derivados dessas mercadorias.

"Será que entre o produtor e o comprador não há vocação a regular, a organizar o mercado? Isso é tudo o que a França pede" afirmou. "Não façamos ideologia. Regulemos, organizemos, para que se trate de um verdadeiro mercado de tal forma que ninguém possa perturbar a lei da oferta e da procura."

Diante da rejeição de países como Brasil e Argentina, Christine Lagarde veio a público na segunda-feira defender uma proposta menos radical. Segundo ela, seu país não pretende propor a regulação dos preços das matérias-primas. Em recado direto ao Brasil, afirmou: "Repito aos nossos amigos brasileiros: não queremos administrar preços". Em contrapartida, reiterou o desejo de levar aos membros do G-20 a proposta de regulamentação das transações de produtos derivativos financeiros de commodities.

Ontem, assessores do ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, que estarão em Paris no G-20, avaliaram como positiva a postura de Lagarde, mais moderada que a de Sarkozy. O governo brasileiro considera "um avanço" que os anfitriões do G-20 já não falem em regulação do preço das matérias-primas. "Já é um passo. Sinaliza com uma posição menos intransigente no G-20", disse um assessor ao Estado.

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