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CRISE

Nova regra para propaganda deve cortar gastos com vídeo

As produtoras de vídeo também serão atingidas caso entre em vigor o texto aprovado no Senado. Além de cortar gastos de campanha, as novas regras impedem a veiculação de imagens externas e a contratação de apresentadores para os programas eleitorais, permitindo a participação somente de pessoas filiadas aos partidos políticos. Outra alteração diz respeito à redução de 45 para 35 dias do período de propaganda no horário eleitoral gratuito.

A diretora de atendimento da produtora Deiró, Ana Cláudia Santos Lima, estima que as novas regras vão promover uma redução de até 40% nos custos dos programas eleitorais. "Com certeza haverá um nivelamento maior, mas quem tiver mais dinheiro para gastar vai investir mais na qualidade do cenário, por exemplo", afirma.

Incremento

A Deiró participou no ano passado das campanhas de Osmar Bertoldi e de Beto Richa, no segundo turno, à prefeitura de Curitiba e tem um crescimento de cerca de 40% em seu faturamento no período eleitoral e a criação de 60 postos de trabalho. "Ainda não é possível dimensionar os impactos dessas medidas, mas nossa equipe certamente será menor", afirma Ana Cláudia.

A diretora não aposta que esse nivelamento de gastos seja mantido a longo prazo e afirma que se descobrirão formas de burlar a nova legislação. "Com certeza os `Duda Mendonça` do mercado irão pensar em novas maneiras de vender seus candidatos", diz Ana Cláudia, mencionando o marketeiro que comandou a campanha do presidente Lula em 2002.

O supervisor da Soft Cine, Osmar Correia, acha que as alterações na legislação irão mexer muito com o mercado, mas também estima que novas saídas serão encontradas. "Inicialmente a redução do custo de um programa pode cair em até 50%", afirma. Correia diz ser favorável à medida e defende que as campanhas enfoquem cada vez mais as propostas dos candidatos. "A eleição tem de ser definida em cima de idéias e não de tecnologia", diz.

Pouco impacto

O diretor executivo da GW no Paraná, Ricardo Toledo, discorda que a proibição de externas e a redução do período irão impactar de forma substancial o preço das campanhas. "O custo de uma imagem em estúdio é muito mais alto do que o de uma externa", afirma. Ele argumenta que uma equipe de três pessoas é capaz de fazer uma boa captação externa, enquanto que no estúdio é necessária a presença de cerca de dez profissionais para o desenvolvimento de um bom trabalho. "Em um estúdio você precisa de mais pessoas, sem falar que os equipamentos são mais sofisticados", explica.

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